

A diferença entre a residência dos papas revelam visões opostas – Foto: Reprodução/Wikimedia/Vaticano/ND
A troca de pontífices no Vaticano reacendeu o debate sobre estilo de vida e símbolos do poder papal. As residências escolhidas por Francisco e Leão XIV revelam visões opostas sobre o papel do papa no século XXI.
Enquanto Francisco abriu mão do Palácio Apostólico para viver entre padres na Casa Santa Marta, Leão XIV optou por restaurar a tradição, ocupando os aposentos históricos do terceiro andar do palácio.
O novo papa resgata a tradição com a volta ao Palácio Apostólico
Após a eleição de Leão XIV no dia 8 de maio, o Vaticano voltou a ver o Palácio Apostólico como residência oficial dos papas. Com cerca de 10 cômodos amplos, o local reúne quarto com móveis históricos, capela privativa, suíte médica, e acomodações religiosas.
É também da biblioteca privada que o novo papa aparece semanalmente para orações, pela clássica janela com vista para a Praça de São Pedro. Fora do palácio, Leão terá acesso à piscina de Castel Gandolfo, e a uma quadra de tênis próxima às Muralhas Leoninas.
Francisco escolheu viver longe do luxo
Em contraste com a tradicional residência dos papas, Francisco optou por permanecer na Casa Santa Marta, local onde estava hospedado antes de sua eleição. Com um estilo de vida mais comunitário, o pontífice morou por 12 anos na suíte 201.
A suíte tinha capela, sala de jantar, escritório, cozinha e quartos para auxiliares. A decoração era discreta: um crucifixo de madeira, a imagem de Nossa Senhora de Luján e uma estátua de São José.
Simbolismo da residência dos papas
O gesto de Francisco, que foi o primeiro papa em mais de 110 anos a não viver no Palácio Apostólico, representou uma “quebra de protocolo”. A residência dos papas, portanto, tornou-se um símbolo de escolhas pessoais e institucionais.