Com menos de um terço da população vacinada contra gripe, RS pode decretar calamidade na saúde

Porto Alegre já decretou estado de Emergência. Internações por síndromes respiratórias disparam e Estado avalia medida emergencial para enfrentar crise

O Rio Grande do Sul enfrenta uma escalada preocupante nas internações por síndromes respiratórias, agravada pela baixa cobertura vacinal contra a gripe. Apenas 29,28% da população foi imunizada até o momento, cenário que levou a Secretaria Estadual da Saúde a considerar o decreto de calamidade pública na saúde. A medida permitiria acesso mais rápido a recursos federais para enfrentar a situação, com foco na ampliação de leitos de UTI e oferta de suporte ventilatório.

Municípios como Porto Alegre já decretaram situação de emergência devido à superlotação nas unidades de saúde. A tendência é que a demanda aumente ainda mais com a chegada do inverno, período em que historicamente crescem os casos de doenças respiratórias.

Índice de vacinação é crítico entre grupos prioritários

Segundo a secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, a situação é especialmente grave entre os públicos mais vulneráveis. Apenas 35% dos idosos foram vacinados, índice que cai para 17% entre gestantes e apenas 14% entre crianças. “Temos vacina disponível, mas as pessoas não procuram”, lamentou Arita. Ela relembrou o surto de H1N1 em 2009, quando a ausência de vacina resultou em elevado número de mortes de gestantes no Estado.

Calamidade facilita repasse de recursos e abertura de leitos

O reconhecimento do estado de calamidade permitirá que o governo gaúcho acesse verbas do Ministério da Saúde destinadas ao enfrentamento da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em adultos e crianças. Com esse apoio, será possível aumentar a quantidade de leitos hospitalares, especialmente de UTI, e garantir atendimento adequado a pacientes que necessitam de oxigênio e ventilação mecânica.

Desinformação e desinteresse afetam cobertura vacinal no país

Desde a pandemia de covid-19, a procura por vacinas caiu drasticamente em todo o mundo, e o Brasil segue essa tendência. Especialistas apontam que campanhas difamatórias contra vacinas têm influenciado diretamente na queda da imunização, não apenas contra a gripe, mas também contra doenças como sarampo e poliomielite.

Vacina reduz internações e protege contra agravamentos

Apesar da baixa procura, autoridades de saúde reforçam que a vacinação continua sendo a forma mais eficaz de proteção. Mesmo que não evite completamente a infecção, a vacina contra a gripe reduz significativamente a gravidade dos sintomas e a necessidade de internação hospitalar. A aplicação segue disponível em unidades de saúde de todos os municípios gaúchos, agora aberta para toda a população.

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