Emerson Luis. Esporte: Segredo de Estado

Dissimulação  

Sempre considerei um desserviço fazer jogo-treino de portões fechados.

Em um mundo cada vez mais acessível sobre as características de cada jogador e a filosofia do treinador, o que se pretende esconder?  

Técnico Leandro Mehlich no jogo-treino contra o Marcílio Dias. Foto: Richard Ferrari

Justificativa

Ao realizar um amistoso, é preciso pagar arbitragem, segurança, ambulância, médico…além de taxas do borderô, se o público tiver acesso.

Nesse sentido, compreensível.

Movimentação em Camboriú. Foto: Richard Ferrari

Dissimulado

O que não dá para concordar é a estratégia adotada pelos clubes.

O comum acordo, dizem.

Que é o de não revelar o resultado da atividade.

E muito menos, a formação usada.

Blumenau venceu o Marcílio no primeiro jogo-treino. Foto: Richard Ferrari

Proibição

O Blumenau enfrentou os reservas do Marcílio Dias, em Camboriú, no antigo CT que era usado pelo Barra.

Ao consultar a assessoria de Imprensa sobre os detalhes do encontro, fui informado que não seria divulgado o resultado, nem a escalação do time.

Um belo começo de interação com a Imprensa e o torcedor. 

Vitória de 1 x 0, gol do camaronês Paul.

Diego Jardel em ação. Titular ou reserva? Foto: Richard Ferrari

Básico         

Como já entendi que o departamento de Futebol vai continuar agindo assim, nem me preocupei com o segundo jogo-treino na Arena em Joinville.

A assessoria de Imprensa do JEC, no entanto, publicou que o placar, contra jogadores que não jogaram 45 minutos contra o Marcílio Dias pela Série D, aqueles que não foram relacionados, e garotos do Sub-17, não saiu de um 0 x 0.

A escalação do Joinville não me interessava.

Movimentação em Joinville terminou sem gols. Foto: JEC Oficial

Sintonia

E não é que o Metropolitano seguiu a mesma cartilha?

Fez jogo-treino contra os reservas do Marcílio Dias, em Camboriú, e não divulgou quem entrou em campo.

E nem o placar.

Em tempo, 1 x 0 para o Marinheiro, gol de Bonassa.

Atletas atentos no banco em Camboriú. Foto: CA Metropolitano

Lacônico

Perguntei para o assessor do Metrô se alguma nota seria publicada.

“Só soltaremos o que já saiu no nosso Instagram pelo acordo entre os clubes”.

Segue o resumo (literalmente) e a foto destaque do primeiro teste.

Foto: CA Metropolitano

Desnecessário

Embora respeite (mas não concorde), os clubes têm suas razões.

Trabalham com análise de desempenho, estatísticas, minutagens…

Só que essa maneira de agir soa deselegante.

Ainda mais para quem tem como meta recuperar a credibilidade na cidade e o respeito do torcedor.

Mais um registro no Instagram. Foto: CA Metropolitano

Raiz                                                                                                                         

Costumo dizer que comecei no rádio na hora certa, no auge da comunicação esportiva em Blumenau.      

Quando existia concorrência e contestação.             

Me acostumei a ver treinos no Aderbal e no Sesi, de vez em quando.

Fazia anotações e projeções sobre a qualidade individual e o espírito coletivo de cada atleta.

Treino no antigo Deba. Foto: Internet

Caretão

O jogador ganhava a titularidade no coletivo apronto, onde o bicho pegava.

Ceder seu colete para um reserva era dolorido.

O máximo que os treinadores faziam era criar um clima de suspense até domingo.

Isso aguçava a concorrência e a competitividade no elenco.

Jogo do Blumenau no Sesi na década de 90. Foto: Internet

Prognósticos

Quem larga com vantagem no gol?

Nas laterais?

Na zaga?

Quais serão is volantes?

Os meias?

Os atacantes?

Esquema 4.4.2?

Ou 3.5.2?

Trabalho coletivo no Metropolitano em um passado recente. Foto: Internet

Glossário

Eu gosto de ter uma ideia do time que vai jogar, de que a maneira o treinador se comporta à beira do campo.

Mas quem quem sou eu, na fila do pão, para contestar a modernidade da linha acadêmica.

Em tempos de amplitude, balanço, terço final, flutuação, transição, blocos, jogo apoiado, corredor central, corredor lateral, espaço entre as linhas, extremos, jogador terminal, jogador portador, mapa de calor, time reativo, time proativo, times espelhados…

O futebol sempre foi feijão com arroz.

Com tempero.

Sem frescura.

Metropolitano e Brusque em 2019 no Sesi. Foto: Internet

Emerson Luis é jornalista. Completou sua graduação em 2009. Trabalha com comunicação desde 1990 quando começou na função de repórter/setorista na Rádio Unisul – CBN. Atualmente é apresentador, repórter, produtor e editor de esportes do Balanço Geral da NDTV Blumenau. Na mesma emissora filiada à TV Record, ainda exerce a função de comentarista, no Clube da Bola, programada exibido todos os sábados, das 13h30 às 15h.

                                                                                                          

                                                                                                                                                   

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