Assentamento paraibano comemora 30 anos com produção de 200 toneladas de alimentos por mês

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Publicado em: 16 maio 2025

Um dos assentamentos da reforma agrária mais produtivos da Paraíba, o assentamento Apasa, no município de Pitimbu, a cerca de 70 quilômetros de João Pessoa, comemora, neste mês de maio, 30 anos de sua criação. A área de quase 1.130 hectares, onde estão assentadas 150 famílias de agricultores, destaca-se por ser uma das maiores produtoras de alimentos orgânicos, principalmente de hortaliças, do litoral sul da Paraíba. Por mês, são colhidas cerca de 200 toneladas de alimentos – tudo produzido de forma agroecológica.

A programação do aniversário do assentamento foi iniciada com um culto na igreja Assembleia de Deus, na quinta-feira (8), e uma missa em ação de graças na igreja católica do assentamento, celebrada no sábado (10), e contará ainda, neste sábado (17), com um torneio de futebol de campo que vai reunir equipes do assentamento e de outros municípios da região e com uma oficina de serviços ofertada pela Prefeitura de Pitimbu, com barbeiro, cabeleireiro, limpeza de pele, dinâmicas voltadas às mulheres, testes sanguíneos rápidos, massagens, além de emissão de Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF) e de Cadastro Ambiental Rural (CAR), e elaboração de projetos para acesso ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Também haverá brinquedos infláveis para as crianças. A programação será encerrada, ainda no sábado (17), com apresentações culturais e shows musicais.

Organização e infraestrutura

O Apasa se destaca, além da produção grande e variada, pela organização e pela infraestrutura da comunidade, que é estruturada em forma de agrovila e conta com ruas calçadas, rede de distribuição de água com reservatório com capacidade para 50 mil litros, assistência médica por meio de uma unidade básica de saúde instalada no assentamento e escola municipal com capacidade para 700 alunos.

O assentamento possui ainda meios próprios de transporte, que fazem o escoamento da produção e atendem a outras necessidades da comunidade. Um veículo de passeio foi adquirido com recursos próprios pela Associação dos Trabalhadores Rurais do Projeto de Assentamento Apasa e um caminhão, doado em 2007 pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e pelo Governo do Estado, é usado para fazer o transporte dos produtos agrícolas para as feiras.

Desde 2008, as famílias do assentamento possuem os Títulos de Domínio da terra – documento oficial emitido pelo Incra que garante a posse legal e definitiva de um imóvel rural a agricultores assentados.

A presidente da associação dos agricultores do assentamento Apasa, Janaína Santana, destacou que a comunidade vive com dignidade e tem acesso ao essencial para o bem-estar. “Nós, do assentamento, temos uma boa qualidade de vida. Nos alimentamos bem, com alimentos saudáveis e produzidos por nós mesmos, e também contamos com uma saúde que funciona e atende às nossas necessidades no campo. Além disso, temos nossa própria fonte de renda, que vem da agricultura familiar e da comercialização dos nossos produtos nas feiras”, afirmou.

Produção grande e variada

Grande parte da produção das famílias do assentamento, que chega a 200 toneladas por mês e é feita de forma agroecológica, com certificação orgânica pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), ajuda a abastecer as Centrais de Abastecimento (Ceasas) de João Pessoa e de Recife. Os produtos são diversificados e incluem, além das hortaliças, inhame, macaxeira, batata-doce, milho, acerola, graviola, maracujá, coco verde e seco, mamão Havaí e formosa, além de uma grande variedade de hortaliças. Os agricultores do assentamento também se dedicam à criação de animais de pequeno e de grande porte.

A produção das famílias assentadas também é comercializada em feiras agroecológicas e feiras livres espalhadas em vários bairros de João Pessoa e nos municípios de Pitimbu, Cabedelo e Caaporã, na Paraíba, e Goiana, em Pernambuco. Nas feiras, também é vendida a produção da casa de farinha do assentamento, onde grupos de mulheres produzem tapiocas, beijus e pés-de-moleque assados na folha de bananeira. Um grupo formado por mulheres do Apasa produz e vende nas feiras peças de artesanato, como bonecas de pano, flores e peças em crochê e lã.

As famílias do Apasa ainda fornecem alimentos para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) estadual e municipal, programas governamentais que visam garantir a segurança alimentar e nutricional, principalmente em áreas rurais e entre crianças e adolescentes em idade escolar.

Para organizar a produção e a venda dos produtos agroecológicos de agricultores assentados no assentamento Apasa e em outros assentamentos e comunidades vizinhas, foi criada em 2002 a Associação dos Agricultores e Agricultoras Agroecológicos do Litoral Sul Paraibano (Ecosul), que tem sede no assentamento Apasa.

A Secretaria de Agricultura de Pitimbu oferece acompanhamento técnico às famílias do assentamento e trator para o preparo das áreas de plantio.

Devido à grande produção agroecológica e à organização do assentamento, o Apasa recebe muitos visitantes e é objeto de estudo de professores e alunos da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), que desenvolvem pesquisas sobre a atividade agroecológica e o uso de defensivos naturais na comunidade.

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