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A recente viagem internacional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Rússia e à China mobilizou uma comitiva que ultrapassou 120 integrantes, conforme levantamento divulgado pela Folha de S.Paulo. Entre os participantes estão ministros de Estado, técnicos, assessores, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e o diretor do Banco Central, Gabriel Galípolo.
Até agora, o governo não apresentou a prestação de contas completa dos custos da missão, que teve início em 6 de maio, com a participação de Lula nas celebrações pelos 80 anos da vitória soviética na Segunda Guerra Mundial, em Moscou — evento considerado simbólico para o presidente russo Vladimir Putin, em meio à guerra contra a Ucrânia.
A presença do chefe de Estado brasileiro ao lado de líderes autocráticos no evento rendeu críticas internacionais e constrangimento diplomático, alimentando polêmicas sobre o alinhamento do Brasil na arena geopolítica.
Na segunda etapa da viagem, em Pequim, Lula se reuniu com o presidente Xi Jinping, participou de fóruns econômicos e celebrou acordos bilaterais, especialmente nas áreas de biotecnologia, infraestrutura e transição energética. A visita, no entanto, foi marcada também por um episódio envolvendo a primeira-dama Janja da Silva, que criticou os efeitos do TikTok diante do líder chinês, segundo vazamentos. O comentário, embora confirmado parcialmente por Lula, causou desconforto diplomático e político.
Entre os mais de 120 nomes da delegação, estavam 27 servidores da Secretaria de Comunicação Social (Secom) e 19 da Casa Civil. A Empresa Brasil de Comunicação (EBC), responsável pela cobertura oficial, também enviou equipe. Parte dos integrantes chegou antes da comitiva oficial para realizar a preparação logística.
O Diário Oficial da União publicou na quinta-feira (15/5) uma lista com 26 nomes da comitiva em Pequim, incluindo Janja, o deputado Elmar Nascimento (União-BA), 11 ministros, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e a presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros.
Até o momento, os dados do sistema Siga Brasil indicam apenas o pagamento de R$ 122 mil em diárias a oito servidores, mas diversas autorizações foram publicadas sem identificação dos beneficiários, e o restante dos valores segue sem divulgação clara.
A Secom alegou que os nomes dos integrantes das comitivas técnica e de apoio estão sob grau de sigilo reservado, por razões de segurança. Segundo a pasta, esses grupos envolvem servidores de saúde, segurança e suporte logístico, conforme prevê o Decreto nº 7.724/2012.
“Como tais informações podem colocar a segurança do presidente ou do vice-presidente em risco, os dados são classificados no grau de sigilo reservado”, justificou a Secom em nota oficial.
Durante a missão na China, a ApexBrasil promoveu um seminário que resultou em anúncios de investimentos no Brasil que somam R$ 27 bilhões, com foco em setores como biocombustíveis, trens, vacinas e energia. Um dos destaques foi a parceria entre a farmacêutica brasileira Eurofarma e a chinesa Sinovac, com a criação do Instituto Brasil−China para Inovação em Biotecnologia e Doenças Infecciosas e Degenerativas.
Embora os resultados econômicos tenham sido celebrados, a ausência de transparência sobre a composição e os gastos da comitiva gera questionamentos sobre os custos e os critérios de seleção dos participantes.
O Itamaraty será responsável pelas despesas principais da missão, enquanto a Presidência da República cobrirá gastos complementares, como taxas aeroportuárias, serviços de solo e passagens. A divulgação dos valores finais dependerá da prestação de contas pós-viagem, ainda sem data para ser concluída.

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Fonte : Hora Brasilia