Resumo da entrevista: Bolsonaro fala sobre prisão, anistia, Adélio e INSS

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Foto – Marcello Casal Jr./Agência Brasil.

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) concedeu entrevista ao UOL para falar principalmente sobre as acusações de participação em uma suposta trama golpista em 2022.

Por três horas de conversa com os jornalistas Carla Araújo e Josias de Souza, Bolsonaro comentou as denúncias contra ele, suas reuniões com generais investigados pela PGR (Procuradoria-Geral da República), além de temas como anistia, fraude no INSS, entre outros assuntos.

Sem apresentar provas, o ex-presidente responsabilizou a esquerda pelos atos de 8 de Janeiro e acusou o ministro do STF Alexandre de Moraes de ter o que chamou de “gana persecutória” contra ele.

Bolsonaro insinuou que o STF toma decisões desfavoráveis contra ele e que não faria a mesma coisa com o atual presidente da República. “Não dá para comparar eu e o Lula”, disse.

“Lula foi condenado em três instâncias por corrupção, lavar e dinheiro. Não tem nada a ver o meu caso com ele.”

“Adélio é o mais protegido do Brasil” Bolsonaro voltou a colocar em dúvida a investigação contra Adélio Bispo, homem que o atacou durante a campanha eleitoral de 2018.

“O delegado que investigou esse caso chegou à conclusão de que ele agiu de forma isolada, no dia 5 de junho de 2018, ele esteve em São José, Santa Catarina, porque sabia que meu filho Carlos ia praticar tiro naquele dia. Como é que ele sabia disso? Quem passou essa informação pra ele?”

“Querem me prender e assassinar.”

Inelegível por “jogar papel na rua” O ex-presidente acusou o STF de ter feito o possível para torná-lo inelegível – ele não pode ser eleito até 2030.

“Se eu tivesse jogado um papel na rua, talvez fosse por ter jogado um papel na rua.”

“Estava na Disney” “Um dos crimes que eu estou enquadrado é a depredação de patrimônio. Como é que eu posso depredar patrimônio se eu estava na Disney?”

Discutiu estado de sítio Segundo Bolsonaro, ele conversou sobre estado de sítio com generais porque eles são amigos, pessoas de sua confiança.

“Por que com os comandantes militares? É o meu círculo de amizade, eu fui militar.”

“Aí está a resposta do comandante Freire Gomes [da possibilidade de estado de defesa e de sítio após vitória de Lula]. O que foi discutido: hipóteses de dispositivos condicionais. Algum problema nisso?”

“Por que discuti hipóteses? Porque o TSE fechou a porta para a gente.”

“Teatro armado em Brasília” Bolsonaro insinuou que o 8/1 foi “armado” pela esquerda.

“A Abin mandou mais de 30 mensagens para o governo, para o GSI, [informando] que manifestações violentas aconteceriam em Brasília. Não tomaram nenhuma providência. Onde o Lula estava no dia 8 de janeiro, domingo? Estava em Araraquara. O que ele estava fazendo em Araraquara? Ficar fora do teatro que foi armado em Brasília. Nada mais do que isso.”

“Direita sem Bolsonaro não existe” “Costumo até dizer que as eleições do ano que vem, sem o meu nome na chapa, é uma negação da democracia.”

“Sou a maior liderança da direita no Brasil. Ninguém pode negar.”

“Tem [outras lideranças] aparecendo devagar. Tem gente que está novo demais, mas está aparecendo.”

“O Nikolas não pode disputar o Senado nem a Presidência, não tem 35 anos de idade. É um excepcional garoto, [tem um] tremendo futuro pela frente. Qual liderança jovem você vê no PT?”

“Cid foi torturado” “Delação subentende espontaneidade, verdade e prova. Ele foi torturado. Não vou dizer que ele mentiu. Ele foi torturado, pensando na filha e na esposa, que teriam comprovação de falsificação do cartão de vacina.”

“Chegou o ponto do Alexandre de Moraes interrogar o Mauro Cid. E ele falar ‘olha teu pai, tua esposa, olha tua filha’. Você pode fazer delação nessas circunstâncias? A própria Lava Jato disse que isso é pau de arara do século 21. Isso foi feito com o Cid.”

Marielle e relógio Bolsonaro diz ter sido acusado de diversos crimes nos últimos anos.

“Foi uma perseguição brutal em cima de mim. Sofri 5 anos sendo acusado de matar a Marielle Franco.”

“Vamos falar de joias: uma decisão de poucos meses {atrás] do TCU sobre o relógio do Lula. Decisão do TCU: os presentes personalíssimos pertencem aos respectivos presidentes até que se decida sobre o assunto.”

“Não queremos a China aqui dentro” “Eu atrapalhei a China no Brasil.”

“Passou no Senado Federal um projeto que permitia a venda de terras para estrangeiros. Conseguimos segurar esse projeto, se esse projeto passasse, a China, que compra no Brasil, ia acabar comprando o Brasil.”

“Lula assinou 37 acordos com a China, entre eles o de minerais estratégicos. Lula se entrega de corpo e alma para os chineses.”

Exagerou em frases ditas durante a pandemia “Talvez eu tenha sido o único chefe de Estado no mundo que não tomou vacina. Problemas estão aparecendo, efeitos colaterais.”

“Posso ter exagerado em algumas palavras, sim. Não falaria de novo.”

“Mas comprei as milhões de doses, não obriguei [ninguém] a tomar vacina, tomou quem quis.”

Fraude no INSS Bolsonaro comentou ainda o recente inquérito da Polícia Federal sobre descontos irregulares de aposentados no INSS, que começaram em seu governo, mas aumentaram, segundo o relatório, na gestão Lula.

“Não tem como falar corrupção zero, pode até buscar, mas o zero absoluto não tem como chegar lá. Mas explodiu no governo do Lula.”

“Se porventura alguém do meu governo fez algo de errado, pague.”

“Essa questão pegou na veia. Roubar dinheiro de velhinha é um crime hediondo.”

O que faria de diferente na Presidência “Se eu voltasse, militar só no GSI, nem na Defesa colocaria militar, apesar de ser apaixonado pelo Braga Netto.”

“Hoje a gente voltaria muito melhor, até no relacionamento com o Supremo Tribunal Federal, tem que ter um relacionamento com o Supremo.”

Crédito UOL

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Fonte:
Paulo Figueiredo

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