
Ludmilla e Brunna Gonçalves anunciaram nesta quarta-feira (14) o nascimento da primeira filha, Zuri. “Hoje a gente multiplicou o amor. Sinto que nunca fomos tão abençoadas por Deus como agora. Bem-vinda ao nosso paraíso, Zuri. Aqui, nós três seremos as mulheres mais felizes do mundo”, escreveu a cantora em suas redes sociais.
A chegada de Zuri representa mais do que a realização do sonho de maternidade das artistas, mas também a concretização de um processo iniciado meses antes, quando o casal revelou que estava na fase inicial de exames para realizar uma fertilização in vitro (FIV).
O procedimento foi realizado em uma clínica em Miami, nos Estados Unidos, utilizando o óvulo de Ludmilla, que foi fecundado com o sêmen de um doador. O embrião foi então implantado em Brunna, que gerou a filha do casal.
Entre as mais diversas formações familiares, pessoas LGBTQIAPN+ buscam opções na medicina reprodutiva para realizar o sonho da maternidade e paternidade através das técnicas disponíveis.
De acordo com Edson Borges Jr, Diretor Científico do FertGroup, a possibilidade de pessoas em relacionamentos homoafetivos gerarem uma família é uma questão de autonomia e reconhecimento dos direitos individuais. “Técnicas como fertilização in vitro, inseminação artificial ou até mesmo barriga solidária possibilitam que a parentalidade seja alcançada de forma inclusiva e atue na quebra das barreiras tanto sociais, quanto biológicas”.
Como a FIV funciona?
Em 2013, uma resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) (Resolução nº 2.013/13) permitiu que as clínicas e serviços de Reprodução Humana realizassem metodologias de Reprodução Assistida em casais do mesmo sexo no Brasil, tornando a possibilidade real.
Contudo, dentre os tratamentos disponíveis, a FIV e a inseminação artificial continuam sendo os mais buscados pelos casais LGBTQIAPN+. Segundo um levantamento de 2022 realizado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Universidade de São Paulo (USP), publicado na revista científica Nature Scientific Reports, 12% dos brasileiros se declaram LGBTQIAPN+, correspondendo a 19 milhões de pessoas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No caso das mulheres, o tratamento para casais homoafetivos costuma ser mais simples, sendo necessário apenas um doador de sêmen – que pode ser anônimo de um banco de sêmen ou ainda de um parente até quarto grau.
Na FIV, uma das parceiras doa o óvulo e o embrião é transferido para o útero da outra mulher, que será a responsável pela gravidez – também conhecida por gestação compartilhada.
Porém, independente da técnica escolhida pelo casal, é fundamental buscar pela ajuda de um especialista. “Contar com uma clínica de medicina reprodutiva se tornou uma realidade no Brasil para os casais LGBTQIAPN+, não sendo mais necessário ir tão longe. O Brasil está “par e passo” nas técnicas e resultados dos tratamentos de Medicina Reprodutiva, quando comparado com os outros países. Optar pelo serviço é um fator que traz segurança aos pacientes, além de oferecer informações relevantes”, orienta o especialista.