A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) foi selecionada pelo Ministério da Educação (MEC) para compor a Rede de Universidades do BRICS (BRICS-NU), iniciativa que reúne instituições dos países-membros do bloco. A oficialização ocorreu nesta segunda-feira, dia 12, durante reunião do Conselho Internacional de Governança (IGB) da BRICS-NU. A UFSC está entre as 20 instituições brasileiras pré-qualificadas e foi indicada na área temática de Energia, junto com a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
A reunião permitiu a formalização do ingresso de novas instituições, como a UFSC. No caso brasileiro, a adesão baseou-se em processo conduzido pela Capes e pelo Comitê Coordenador Nacional. Não haverá repasses de recursos neste momento. Será preciso, porém, que a instituição tenha sido pré-qualificada para participar de futuras ações de fomento da rede de universidades do grupo multinacional. Com a atualização, o número de participantes ficou assim distribuído:
- África do Sul: 14 instituições
- Brasil: 20 instituições
- China: 20 instituições
- Egito: 20 instituições
- Emirados Árabes Unidos: 12 instituições
- Índia: 12 instituições
- Irã: 19 instituições
- Rússia: 20 instituições
“As novas nomeações chegam em um momento de reengajamento do Brasil com a rede. Vemos a BRICS-NU como uma iniciativa capaz de consolidar a diversificação das parcerias externas das instituições de educação superior brasileiras. As relações do Brasil com universidades nos países que compõem o BRICS ainda apresentam relevante potencial inexplorado e serão desenvolvidas sem prejuízo a outros parceiros, alguns mais consolidados, que contribuem com as metas de internacionalização previstas nos nossos planos educacionais”, resumiu o assessor especial para Assuntos Internacionais, Francisco Figueiredo de Souza, que atuou como moderador da sessão.
Histórico
Criada em 2015, a BRICS-NU reúne instituições de educação superior dos países que compõem o agrupamento e tem o objetivo de fomentar pesquisas conjuntas, mobilidade acadêmica e programas educacionais inovadores em áreas temáticas de interesse comum. Participavam da composição original instituições oriundas de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Desde o ano passado, tornaram-se aptas a integrar a rede instituições do Egito, Irã e Emirados Árabes Unidos. Indonésia e Etiópia devem aderir ainda neste ano.
Além de aumento no número de países, em 2024 houve o alargamento dos temas trabalhados. Originalmente, a BRICS-NU dividia-se por seis áreas: Ciências da Computação e Segurança da Informação; Estudos do BRICS; Energia; Ecologia e Mudança do Clima; Recursos Hídricos e Controle da Poluição; e Economia. Cinco novos temas foram acrescidos: Ciências da Saúde; Matemática; Ciências Naturais; Ciências Sociais e Humanidades; e Agricultura Sustentável/Segurança Alimentar.
Com a nova lista de instituições participantes, o Brasil passa a ter presença em todos os 11 temas da rede — em nove casos, com duas instituições; em dois dos casos, com apenas uma. No total, e sem contar as que integram o cadastro de reserva, da lista resultante do processo seletivo figuram duas universidades do Centro-Oeste, quatro do Sul, cinco do Nordeste e nove do Sudeste, com campi distribuídos tanto em capitais quanto em cidades do interior. 50% das propostas selecionadas foram assinadas por pró-reitoras mulheres.
A fim de aprimorar a distribuição institucional entre os 11 grupos temáticos, o Brasil propôs, na reunião desta segunda, com aprovação do IGB, novo aumento do número máximo de universidades por país. A quota passa agora a ser de até 22 instituições, a critério das comissões nacionais, de modo a permitir a participação de até duas universidades de cada país em cada grupo temático. A comissão nacional brasileira ainda deve se reunir para decidir como conduzir a possibilidade de nomeação de duas instituições adicionais.
Seguem em debate na rede as possibilidades de lançamento de revista científica própria, de editais específicos de mobilidade de professores e estudantes, bem como o lançamento de cursos de mestrado com diplomação múltipla.
Texto: Apufsc-Sindical
Com informações de Agência Gov e Capes