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A recente parceria anunciada entre os governos do Brasil e da China para ampliar a presença chinesa no setor ferroviário brasileiro provocou uma reação contundente de entidades que representam a indústria nacional. Em nota oficial conjunta, divulgada nesta terça-feira (13), a Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (ABIFER) e o SIMEFRE (Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários) expressaram “profunda indignação” com o acordo.
Assinada por Vicente Abate, presidente da ABIFER, e Massimo Giavina, vice-presidente do SIMEFRE, a nota critica a falta de protagonismo dado à indústria ferroviária brasileira, que, segundo os autores, tem histórico comprovado de qualidade e inovação, mesmo enfrentando décadas de inconstância e ociosidade.
“Não há vácuo na indústria nacional a ser ocupado”, afirma o documento. “Quem arcou com os elevados índices de ociosidade pela inconstância de pedidos fomos nós.”
Parceria será formalizada em visita à China
O anúncio da parceria foi feito pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, e será formalizado durante o encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o líder chinês Xi Jinping, também nesta terça-feira. O plano prevê a criação de um fórum bilateral com foco em investimentos chineses na produção de trens, metrôs, VLTs, monotrilhos e outros equipamentos ferroviários, com promessas de transferência de tecnologia e capacitação de mão de obra.
Lula, em discurso durante a visita oficial à China, declarou que o apoio chinês é “decisivo para tirar do papel rodovias, ferrovias, portos e linhas de transmissão”.
Setor nacional pede valorização e proteção
A nota da ABIFER e do SIMEFRE afirma que a abertura do mercado à China, sem contrapartidas claras para a indústria nacional, coloca em risco a geração de empregos e a capacidade produtiva construída ao longo de décadas.
“A valorização da indústria nacional é um compromisso com o presente e com o futuro do Brasil”, finaliza o texto.
As entidades cobraram do governo federal zelo pelas empresas brasileiras e pedem que qualquer acordo internacional leve em conta o fortalecimento da base produtiva nacional, especialmente num setor estratégico como o ferroviário.

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Fonte : Hora Brasilia