Apontado como inventor do PF, restaurante Esquimó reabre em novo endereço no Centro do Rio; público faz fila na porta


Fechado desde a pandemia, Restaurante Esquimó volta a funcionar no Beco das Sardinhas com cardápio original de 1962. Restaurante Esquimó reabre no Centro do Rio com fila, tradição e PF raiz
O Restaurante Esquimó reabriu as portas no Centro do Rio, agora em novo endereço: o tradicional Beco das Sardinhas. Após cinco anos fechado por causa da pandemia, o clássico dos pratos feitos cariocas voltou com a comida que o público consagrou ao longo de várias décadas. A resposta foi positiva e a casa tem recebido fila na calçada diariamente.
O cheiro é de “almoço de vó”, a lembrança de décadas e o cardápio, o mesmo desde 1962. Fundado por um imigrante português, o Esquimó conquistou o coração dos cariocas com comida simples e muito tempero. Hoje, o restaurante renasce sob o comando de Rafael Duarte, que assume o legado deixado pelo pai, o criador da casa, Antônio Duarte.
“Ele criou o que hoje a gente chama de PF, e meu pai sempre foi muito visionário, muito assertivo na intuição dele”, conta Rafael.
O restaurante funciona de segunda a sexta, das 11h às 15h, com média de 200 refeições por dia. O atendimento é feito por nove funcionários que se revezam para garantir a agilidade no serviço. As mesas agora ocupam a rua fechada no Beco das Sardinhas.
Rafael Duarte na porta do restaurante Esquimó, agora em novo endereço no Beco das Sardinhas
Créditos: Jéssica Evelin Araújo
“É praticamente um McDonald’s de comida brasileira”, brinca Pedro, cliente há mais de 20 anos. “Comecei a frequentar o Esquimó com meu pai. É do coração. Não é só comida, é memória afetiva.”
Hamburguesa com queijo e cebola: prato clássico da casa desde 1962
Créditos: Jéssica Evelin Araújo
A hamburguesa com queijo e cebola segue como um dos pratos mais pedidos, ao lado do bife acebolado, do frango à milanesa, entre outros clássicos da casa, todos agora com o mesmo valor: R$ 38,90 e a tradicional sobremesa com refresco incluído. E quem passa pela calçada logo reconhece o clima: rápido, direto e com sabor de casa.
“Passei 22 anos da minha vida no Esquimó. Fechou e foi como se eu tivesse perdido minha casa. Voltar é como retomar a vida de novo”, diz emocionado o funcionário Aparecido Nascimento, de 48 anos.
A história do Esquimó é marcada por ousadia e afeto. Fundado nos anos 60 por Antônio Duarte, que chegou ao Brasil com poucos recursos, o restaurante começou com uma proposta ousada para a época: servir um “chá da tarde” com influência americana e francesa, incluindo waffles, banana split e vaca preta.
Mas foi o almoço se tornou tradição no Esquimó — com a fórmula do PF, apontada como pioneira pelos donos: uma proteína, três acompanhamentos, sobremesa e refresco, tudo servido com agilidade e bom humor.
Na época, o restaurante virou ponto de encontro de executivos de terno e gravata no Centro do Rio. Décadas depois, o público vem em busca de comida boa, preço justo e ambiente democrático.
Antônio faleceu há alguns anos, mas seu projeto segue vivo pelas mãos do filho. “Acho que meu pai deve estar feliz da gente não ter deixado essa história morrer”, diz Rafael, com orgulho.
Agora, o Esquimó aposta na memória para conquistar uma nova geração — sem abrir mão do que o tornou especial. O chá da tarde, que marcou o início da trajetória, não está mais no cardápio. Mas a essência, afirma o dono, permanece em cada prato servido no almoço.
Clientes almoçam nas mesas dispostas na rua
Créditos: Jéssica Evelin Araújo
No balcão, os pratos são montados e entregues com agilidade pelos funcionários
Créditos: Jéssica Evelin Araújo
Fila do lado de fora é constante e faz parte da tradição do Esquimó
Créditos: Jéssica Evelin Araújo
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