Técnicos da UFPB fazem paralisação

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Os servidores técnico-administrativos da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) paralisaram as atividades, no dia de ontem, com a intenção de pressionar o Governo Federal a cumprir integralmente o acordo realizado na última greve, ocorrida no ano passado.

De acordo com a coordenadora-geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Superior do Estado da Paraíba (Sintespb), Rafaella Meira Prado, parte do acordo já foi cumprida, com o reajuste salarial que foi pago no início deste mês, mas ficaram faltando alguns pontos relativos à carreira dos servidores.

Durante um café da manhã, promovido ontem, em frente à entrada principal do Campus I da UFPB, em João Pessoa, Rafaella explicou que a pauta principal, que precisa ser cumprida, pois foi estabelecida no acordo da greve, para os técnicos-administrativos enquanto categoria, diz respeito às 30 horas de carga horária sem redução proporcional de salário, indefinidamente para toda a categoria. A carga horária atual da categoria é de 40 horas semanais, com intervalos para o almoço. A intenção é reduzir para 30 horas semanais, sem intervalos e com a mesma remuneração.

Outro ponto relevante, segundo a coordenadora, é o Reconhecimento de Saberes e Competências (RSC), como um incentivo à qualificação, que reflete diretamente no ganho salarial. “O RSC está prometido para abril de 2026, e também é uma pauta muito importante”, comentou.

Rafaella explicou que essas questões fazem parte do acordo que colocou fim à greve de 113 dias, realizada pelos servidores no ano passado; porém, como o termo ainda não foi cumprido em sua totalidade, a mobilização continua. Uma mesa de negociação com representantes do Governo Federal ocorreu ontem, o que levou a Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra Sindical) a aprovar o indicativo de paralisação juntamente com um calendário de mobilização. 

Cortes

Uma das reivindicações dos técnico-administrativos também é a recomposição de parte dos orçamentos das universidades e institutos federais. “Precisamos continuar em luta, porque nossa luta principal é pela educação pública gratuita e de qualidade”, afirmou Rafaella.

Sobre isso, a reitora da UFPB, Terezinha Domiciano, divulgou nota no fim do mês de abril, demonstrando preocupação com a situação. “A insuficiência orçamentária compromete a autonomia universitária e inviabiliza o pleno desenvolvimento das atividades acadêmicas, administrativas e de infraestrutura”, disse a reitora na nota.

Na ocasião, o pró-reitor de Planejamento da UFPB, Anielson Barbosa, afirmou, em entrevista ao Jornal A União, que uma das consequências da pouca verba são as obras paradas dentro da universidade. Segundo ele, havia planos de retomar algumas obras, o que não será possível com o orçamento atual.

Agenda

Também há mesas de negociação marcadas para os dias 21 e 22 de maio, quando novas paralisações devem ocorrer. Mais recentemente, foi marcada uma reunião para o próximo dia 12 e o Sintespb planeja atividades de mobilização para essa data.

As paralisações são optativas, mas, segundo Rafaella, vêm tendo uma boa adesão. “Porque são pautas que interessam diretamente a cada servidor, principalmente a questão das 30 horas”, disse. Elas acontecem nas 69 universidades federais do país e nos mais de 500 campi de institutos federais.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 06 de maio de 2025.

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A União

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