M&A “sai da vitrine” do Iguatemi para dar lugar à integração e expansão

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A Iguatemi passou 2024 e o começo do ano numa intensa agenda de transformação, calcada em M&As. A operadora de shopping centers fez sua primeira compra relevante em julho do ano passado, com a aquisição de participação no shopping Rio Sul, no Rio de Janeiro, e depois firmou acordo pelos Pátios Paulista e Higienópolis, em dezembro.

No lado vendedor, a empresa se desfez de 49% de participação no Shopping Market Place e no Galleria Shopping, em abril do ano passado. Cinco meses depois, em setembro, concluiu a venda do shopping Iguatemi São Carlos e a redução da participação no Iguatemi Alphaville.

Depois de tantas movimentações, chegou o momento de uma pausa. Os M&As deixam o topo da agenda em 2025. No lugar estão os processos de integração dos novos ativos e a expansão dos shoppings em seu portfólio. Tudo isso como parte dos novos passos da estratégia de ter um portfólio com shoppings de alto potencial de valorização e localizados em mercados estratégicos.

“Terminamos os M&As”, diz Guido Oliveira, CFO da Iguatemi, ao NeoFeed. “Compramos o que tínhamos que comprar e vendemos o que tínhamos que vender. Agora, é consolidação dos ativos.”

Oliveira diz que o trabalho de integração da aquisições começou em novembro do ano passado, quando a Iguatemi assumiu a administração do Rio Sul, e seguirá para o Pátio Paulista, com a companhia assumindo a administração em 1º de julho – a Iguatemi já atua como administradora do Pátio Higienópolis.

Este trabalho deve ser feito ao longo do ano, com Oliveira destacando que a Iguatemi possui ativos nos principais eixos econômicos do País. “Se olharmos os cinco principais shoppings da Iguatemi, o Higienópolis, o Paulista e o Rio Sul entram na terça, quarta e quinta posição”, afirma o CFO – os primeiros são Iguatemi e JK Iguatemi.

Já a parte de expansão deve começar no segundo semestre pelo Iguatemi Brasília. Anunciado em outubro do ano passado, a companhia prevê investir cerca de R$ 236 milhões para adicionar mais de 90 lojas. As obras devem levar 18 meses e devem expandir a área bruta locável (ABL) em 15,5 mil metros quadrados para 50,1 mil metros quadrados.

A Iguatemi também iniciará no segundo semestre um retrofit no Shopping Market Place, com uso de parte da área do shopping para desenvolver uma torre residencial para renda (multifamily), em acordo firmado com a JFL Living, em dezembro do ano passado.

Esses projetos se juntam às reformas no Shopping Iguatemi Faria Lima, que começaram no ano passado e culminaram na inauguração da flagship da joalheria Tiffany, no fim do ano passado, e da megaloja da marca de maquiagem Sephora, em fevereiro deste ano.

O plano é seguir com as reformas, com um dos passos sendo a abertura da loja da H&M no segundo semestre. Oliveira afirma que a Iguatemi segue em negociações com grandes marcas para novas inaugurações no futuro, num processo de qualificação do portfólio.

Resultados

Oliveira destaca que as movimentações para fortalecimento do portfólio vêm para complementar a estratégia de aumentar a ocupação dos shoppings até então na casa de 93%, para 97%, com baixa inadimplência e descontos, o que deve se traduzir em resultados.

No primeiro trimestre de 2025, a Iguatemi entregou lucro líquido de R$ 107,5 milhões, alta de 32,6%. Em termos ajustados, o lucro somou R$ 114 milhões, alta de 5,1%. A mediana das expectativas colhidas pela Bloomberg com analistas apontava para um lucro de R$ 113 milhões.

A receita líquida somou R$ 315,4 milhões, alta de 11,4%, enquanto em termos ajustados atingiu R$ 330 milhões, expansão de 8,5%. A mediana das projeções apontava para uma receita de R$ 326 milhões.

Já o Ebitda atingiu R$ 233 milhões, crescimento de 17,4%, e o Ebitda ajustado foi de R$ 244,3 milhões, alta de 8,5%, com a mediana das expectativas sendo de R$ 256 milhões.

Segundo o CFO, no período, houve um impacto não recorrente de R$ 7 milhões na despesa administrativa relacionado de movimentações de pessoas e o FFO ajustado, que é o lucro líquido excluindo depreciação, amortização e efeitos não caixa, caiu 9,9%, para R$ 138,5 milhões, decorrente do cenário macroeconômico de juros e despesas financeiras relacionadas à aquisição do Rio Sul.

Oliveira destaca que os resultados do primeiro trimestre são sazonalmente mais baixos, considerando que o quarto trimestre é marcado pelo Natal e Ano Novo. Outro fator é que no começo do ano há o Carnaval, o que diminui as vendas. No caso dos primeiros três meses deste ano, houve um efeito calendário, com a Páscoa caindo em abril.

Apesar das diferenças, Oliveira diz que as vendas totais subiram 17% no período, em base anual, para R$ 5 bilhões, considerando o Rio Sul no portfólio. As vendas nas mesmas áreas (SAS) subiram 7,6% e as vendas das mesmas lojas (SSS) avançaram 6,3%, ambas acima da inflação, ainda que abaixo do registrado no mesmo período de 2024 – diferenças de 2,8 pontos percentuais e 1 ponto percentual, respectivamente.

“Agora é só escalada de resultado”, diz. “As vendas em abril continuam em patamar acima de 10%, com vendas muito fortes no quadrimestre.”

Já os aluguéis das mesmas lojas (SSR) subiram 5,9% e os aluguéis das mesmas áreas (SAR) cresceram 4,1%, 0,4 ponto percentual e 0,5 ponto percentual acima do resultado do primeiro trimestre de 2024, respectivamente.

A alavancagem financeira ajustada da Iguatemi encerrou o trimestre em 1,76 vez, melhora de 0,07 vez frente ao quarto trimestre. O resultado ainda não considera a aquisição de participações nos Pátios Paulista e Higienópolis, mas a expectativa é de que a reciclagem feita no portfólio ajude a aliviar a pressão nesta frente.

As units da Iguatemi fecharam o pregão de terça-feira, 29 de abril, com alta de 0,94%, a R$ 20,38. No ano, os ativos acumulam expansão de 18,3%, levando o valor de mercado a R$ 5,8 bilhões.

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Neofeed

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