
O
Jornal 102 entrevistou, nesta segunda-feira, 28 de abril, o engenheiro civil
Michel Tiago Helt, presidente do Conselho da Cidade de Capinzal. Durante a
conversa, ele explicou o funcionamento do Conselho e apresentou os principais
temas que vêm sendo debatidos nas reuniões mensais, realizadas geralmente na
última sexta-feira de cada mês.
Segundo
o presidente, o Conselho é formado por representantes do poder público,
sociedade civil, entidades técnicas e setor produtivo. O grupo atua de forma
consultiva, buscando soluções para questões relacionadas à engenharia,
fiscalização e planejamento urbano.
Planejamento
urbano e atualização do Plano Diretor
Michel
informou que uma das pautas centrais é a reavaliação do Plano Diretor
Municipal, cuja vigência atual expira em 2026. Ele destacou a existência de
exigências defasadas e de difícil aplicação prática, defendendo a necessidade
de adequar o documento às particularidades locais. Ressaltou também que
Capinzal possui como obrigatórias diversas normas técnicas brasileiras (NBRs),
o que exige uma atualização coerente com a realidade urbana e topográfica do
município.
Dentre
os principais entraves identificados, o presidente apontou a aplicação da NBR
17076, que trata da instalação obrigatória de dois sumidouros nas edificações.
A norma, segundo explicou, tem imposto dificuldades para a organização dos
projetos construtivos, especialmente em relação à realocação das estruturas
para os fundos dos terrenos. Em construções anteriores, o sumidouro costumava
ser instalado na parte frontal. Com a exigência do novo sistema, há necessidade
de adaptação estrutural, o que impacta diretamente os custos e limita
expansões.
Recuos
e ocupação urbana em análise
O
engenheiro também apresentou a discussão em torno do recuo frontal de três
metros exigido em imóveis comerciais situados em áreas residenciais. Conforme
relatado, essa obrigatoriedade tem gerado um déficit na ocupação de
estabelecimentos comerciais e, por isso, foi apresentada proposta para adotar o
recuo zero. A medida busca regularizar construções já existentes e facilitar a
implantação de novos empreendimentos, especialmente em zonas mistas.
Outro
ponto levantado por Michel refere-se à alteração recente do recuo mínimo das
margens do Rio Capinzal, que passou de 15 metros para 7,5 metros. Apesar da
flexibilização, ele mencionou que construções localizadas dentro do antigo
limite continuam exigindo compensação ambiental, cujos custos são considerados
elevados. Diante disso, o Conselho tem buscado alternativas para revisar o
formato dessa compensação, de modo a torná-la mais viável economicamente.
Estudos
ambientais
Helt
também relatou a necessidade de reavaliar um estudo técnico conduzido pelo
CINCATARINA, que classificou áreas da cidade como zonas de risco, sem que haja,
segundo ele, características técnicas que justifiquem essa categorização. Um
exemplo citado foi parte da ponte da Rua Carmelo Zocoli, considerada de risco,
embora não apresente as condições típicas para essa definição. Diante disso, o
Conselho defende a elaboração de um novo estudo, mais alinhado com as
especificidades do município.
Área
industrial e participação institucional
Michel
Tiago Helt também informou que o Conselho iniciou tratativas para modernizar a
Área Industrial do município, com o objetivo de atrair novos investimentos e
estimular o crescimento econômico. De acordo com ele, ações de curto prazo
podem ser encaminhadas à Câmara de Vereadores por meio de propostas de
alteração pontual no Plano Diretor, com participação da população em audiências
públicas.
Ao
final, o engenheiro destacou o apoio do prefeito Aguinaldo Pedro Paggi e do
vice-prefeito Tiago de Oliveira Luz, bem como o trabalho conjunto com os
membros do Núcleo da Construção Civil da AICRP e demais integrantes do Conselho
da Cidade.
Composição
do Conselho da Cidade de Capinzal
Membros
do Poder Público:
I
– Leandro Jacó Paza
II
– Rafael Dalavequia
III
– Hyago Padilha
IV
– Talita Emilia Frizzo
V
– Alvaro José Lopes de Castro Mileski Holetz
Membros
Titulares da Sociedade Civil:
I
– Marcos Fernando Kwiatkovski (Representante do CDL);
II
– Mariana Meneghini (Representante da Diretoria da ACIRP);
III
– Michel Tiago Helt (Representante do Núcleo da Construção Civil da ACIRP);
IV
– Felipe Bazzo (Representante do Núcleo da Construção Civil da ACIRP);
V
– Cesar Becegatto Ramos (Representante da AMPECO);
VI
– Tenente Robson Fermiano Barbosa Silva (Representante do Corpo de Bombeiros),
Membros
Suplentes da Sociedade Civil:
I
– Luana Paula Rodrigues (Representante do CDL);
II
– Janriel Baretta (Representante da Diretoria da ACIRP);
III
– João Vitor Wagner Pissolo (Representante do Núcleo da Construção Civil da
ACIRP);
IV
– Arlon Savariz (Representante do Núcleo da Construção Civil da ACIRP);
V
– Diogenes Carvalho da Silva (Representante da AMPECO);
VI
– Sargento Wilfred Muhlbrandt (Representante do Corpo de Bombeiros).
Ouça a entrevista: