Funcionária denuncia racismo cometido por aluno de colégio particular em BH


A vítima afirmou que estava entregando provas em uma sala de aula quando um dos alunos, do terceiro ano do ensino médio, disse em voz alta que ela estava “fedendo a África”. Sala de aula (ILUSTRATIVA)
Sérgio Lucena/PMJP/Divulgação
Uma funcionária denunciou ter sofrido racismo durante aplicação de provas no Colégio Marista Padre Eustáquio, localizado na Região Noroeste de Belo Horizonte. O caso foi registrado nesta quinta-feira (24).
A situação ocorreu quando a vítima, de 21 anos, estava entregando provas em uma das salas de aula do colégio. Segundo ela, um aluno do 3º ano do ensino médio disse em voz alta que ela estava “fedendo a África”.
De acordo com a vítima, o aluno chegou a ser questionado por ela sobre a afirmação, mas ele seguiu em silêncio.
Ao g1, a jovem, que preferiu não se identificar, afirmou que ficou profundamente abalada com o comentário.
“Como mulher negra, me senti humilhada, desrespeitada e emocionalmente afetada. A fala atingiu minha dignidade de forma direta e brutal. Foi um momento em que, mesmo sabendo que não havia feito nada de errado, fui invadida por um sentimento de vergonha, como se eu estivesse ‘suja’ ou inadequada naquele ambiente”, contou.
Ela disse, também, que procurou a assistência pedagógica do colégio, e foi informada que a versão do garoto deveria ser ouvida antes do caso ser repassado para a direção. Depois disso, Michele procurou a polícia e registrou um boletim de ocorrência.
A Polícia Militar foi até a escola, onde o diretor informou que já estava ciente do ocorrido. Ele afirmou que a administração adotará medidas internas e também vai acionar os pais do aluno acusado de proferir a fala racista.
O g1 entrou em contato com o colégio e aguarda posicionamento.
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