Papa Francisco deixa memórias especiais para privilegiados que estiveram muito perto dele


Pontífice dizia que as relações humanas lhe davam força. No meio do povo, viveu o último dia e, no meio do povo, viveu 12 anos de papado. Papa Francisco deixa memórias especiais para privilegiados que estiveram muito perto dele
Reprodução/TV Globo
O papa argentino deixou em milhões de pessoas uma imagem de simplicidade. E, para um número mais restrito de privilegiados que estiveram muito perto dele, Francisco deixou também memórias especiais.
Francisco dizia que as relações humanas lhe davam força. No meio do povo, viveu o último dia. E no meio do povo, viveu 12 anos de papado. O menino filipino, que correu para os braços do papa, vivia em situação de rua. Hoje é estudante e lembra como aquele gesto mudou seu mundo:
“É como se um anjo tivesse me abraçado. Parecia irreal”.
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A Marcela é peruana e vive na Itália. Dois anos atrás, estava com o filho recém-nascido internado no Hospital Gemelli, em Roma. Quando, de repente, cruzou com o Santo Padre. Ele também estava em tratamento. Francisco viu a criança e pediu para batizá-la, ali mesmo, no corredor.
“A gente se encontrou de novo na Casa Santa Marta. Levei a família toda, e ele aceitou minhas empanadas peruanas”, conta.
Uma outra imigrante, a Grace, conta que Francisco salvou sua vida. Ela tinha fugido da guerra civil em Camarões, na África, e ficou detida no Chipre – um país no Mar Mediterrâneo. Foi em uma visita do papa à região que ela e outras imigrantes receberam o convite para se mudar para a Itália.
“Quando chegamos em Roma, era aniversário de Francisco, e o Vaticano nos chamou para a festa”, lembra.
O Papa disse:
“Vocês estão em casa”.
Quem não conheceu Francisco pessoalmente tenta agora sentir a presença dele em alguns cantinhos de Roma. Um dos endereços é o oratório de Nossa Senhora da Anunciação, onde Bergoglio costumava passar bem cedinho de manhã, quando era cardeal. A igreja fica bem perto dos muros do Vaticano e, dentro dela, encontra-se a imagem de Santa Terezinha, de quem Francisco era devoto e que, segundo os católicos, se manifesta por meio de rosas brancas. Ali, o papa se ajoelhava. Uma das fiéis à frente do oratório é uma brasileira.
“Ele vinha muito discreto, vinha vestido de padre, estava todo de preto. Só que como vinha com muita frequência, os frades que tomavam conta dessa igreja ficaram curiosos: ‘Quem é esse sacerdote que sempre vem aí?’. Aí um deles tomou a liberdade e perguntou: ‘Mas quem é o senhor?’. ‘Ah, eu sou cardeal de Buenos Aires, cardeal Jorge Mario Bergoglio’”, conta Flavia Correia.
O italiano Mario, marido da Flavia, mostra no telefone o registro que nunca mais vai esquecer:
“Encontrei com o papa em uma mostra de artes. Ele pegou um solidéu dele e colocou na minha cabeça. Eu fiquei surpreso com o gesto dele, tão humano. Ele sorria, era divertido”.
O solidéu, que agora está guardado como relíquia, vai ser levado para o oratório – mais uma marca de Francisco.
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