Onde estava o ‘casal Braiscompany’ quando foi preso?

Os empresários donos da Braiscompany, Antônio Inácio da Silva Neto e Fabrícia Farias, foragidos desde fevereiro do ano passado, foram localizados e presos pela polícia na Argentina, nesta quinta-feira (29). Ele morou em Palermo, depois em San Fernando, em San Isidro, em Nordelta e até no Howard Johnson, em La Plata. Mas o que fazia e onde estava Antônio Ais quando foi preso?

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Onde estava Antônio Ais?

Antônio Ais foi preso perto do condomínio onde o ‘casal Braiscompany’ estava, em Escobar.

O que o ‘casal Braiscompany’ fez durante um ano foragidos?

  • Antônio Ais e Fabrícia Farias moraram em Palermo, em La Plata, em Nordelta e foram descobertos morando em um campo em Escobar, em Haras Santa María, com os dois filhos pequenos.
  • O casal Braiscompany havia entrado no país em meados de 2023, por Puerto Iguazú, por via terrestre.
  • Conforme o Jornal Clarín, há informações de que ele pretendia fugir para Dubai. Antônio Ais teria vivido em diferentes partes dos subúrbios e da cidade de Buenos Aires desde que fugiu do Brasil.
Antônio Ais durante prisão
Antônio Ais durante prisão na Argentina. Foto: TV Paraíba/Reprodução

Como a polícia chegou até o casal Braiscompany?

  • A polícia teria identificado a localização de Antônio Ais há cerca de uma semana.
  • Após a informação de uma identidade falsa que utilizava, em nome de João Felipe Costa, embora ao chegar ao país tenha usado outra identificação, também falsa, os investigadores da Interpol rastrearam compras num supermercado e também num ginásio. Foi assim que chegaram ao Haras Santa María.
  • Para fazer o acompanhamento, a Interpol utilizou um drone com o qual conseguiu identificar o carro que a família utilizava. Nesta quinta, quando o brasileiro chegou na casa, duas brigadas da Polícia Federal o aguardavam e bloquearam seu caminho.
  • O Clarín explica que, segundo a Polícia, ele tentou fugir, mas já algemado, confirmou que era a pessoa procurada.

Como tudo começou?

No final de dezembro de 2022, o ator paraibano Lucas Veloso denunciou a empresa nas redes sociais. O artista disse que sofreu um prejuízo por não ter o retorno financeiro prometido pela empresa. O valor seria investido em forma de patrocínio para o filme de Lucas.

Antônio Ais negou a informação, mas depois de Lucas, outros clientes começaram a relatar atrasos nos pagamentos dos investimentos. A advogada Larissa Gatto afirmou, em fevereiro deste ano, que representa 35 clientes da empresa e alega que essas pessoas perderam pelo menos R$ 1,8 milhões.

De acordo com a Braiscompany, os primeiros atrasos foram causados por um aplicativo que estava em fase de testes e deixou os pagamentos lentos. Em seguida, a empresa culpou a corretora de criptoativos, Binance, afirmando que ela passou a travar as operações e limitar a capacidade de pagamento.

Magno Alves foi vítima de golpe da Braiscompany
Bens ligados à investigados da Braiscompany vão passar por leilão – Divulgação/Braiscompany

O que a Braiscompany oferecia?

O ‘casal Braiscompany’ prometia um retorno financeiro ao redor de 8% ao mês, uma taxa considerada irreal pelos padrões usuais do mercado. Milhares de moradores de Campina Grande investiram suas economias pessoais na empresa, motivados pelo boca a boca entre parentes, amigos e conhecidos. Antônio Neto Ais, o fundador da companhia, disse em uma live que gerenciava R$ 600 milhões de 10 mil pessoas.

De acordo com a PF, os sócios da Braiscompany movimentaram cerca de R$ 1,5 bilhão nos últimos quatro anos.

Condenação do ‘casal Braiscompany’ e demais acusados

No dia 13 de fevereiro de 2024, o juiz da 4ª Vara Federal em Campina Grande, Vinícius Costa Vidor, publicou sentenças do processo que apura o esquema de fraudes na Braiscompany.

Foram condenados o ‘casal Braiscompany’, Antônio Inácio da Silva Neto (88 anos e 7 meses) e Fabrícia Farias (61 anos e 11 meses), além de outros 9 réus e um montante a ser reparado de R$ 277 milhões em danos patrimoniais e R$ 100 milhões em dano coletivo.

No início do processo, 13 pessoas tinham sido denunciadas pelo MPF. O ‘casal Braiscompany’ está foragido desde 16 de fevereiro, quando foi realizada a primeira fase da Operação Halving da Polícia Federal.

Confira os nomes e penas:

  1. Antônio Inácio da Silva Neto – 88 anos e 7 meses
  2. Fabrícia Farias – 61 anos e 11 meses
  3. Mizael Moreira da Silva – 19 anos e 6 meses
  4. Sabrina Mikaelle Lacerda Lima – 26 anos
  5. Arthur Barbosa da Silva – 5 anos e 11 meses
  6. Flávia Farias Campos – 10 anos e 6 meses
  7. Fernanda Farias Campos – 8 anos e 9 meses
  8. Clélio Fernando Cabral do Ó – 19 anos
  9. Gesana Rayane Silva – 14 anos e 6 meses
  10. Deyverson Rocha Serafim – 5 anos
  11. Felipe Guilherme de Souza – 18 anos

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Fonte: Jornal da Paraíba

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