Deputado recusa convite de Lula para ministério das Comunicações e petista fica irritado

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Em um recuo que pegou mal no Planalto, mas foi embalado em tom conciliador, o deputado federal Pedro Lucas Fernandes (União Brasil-MA) recusou oficialmente o convite para assumir o Ministério das Comunicações, deixando o governo Lula à procura de um novo titular para a pasta e revelando, mais uma vez, a fragilidade das articulações com sua base no Congresso.

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O nome do parlamentar havia sido anunciado com pompa no dia 10 de abril pela ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Só faltou o retrato oficial. Mas, como em toda boa novela política de Brasília, a trama virou de cabeça para baixo.

Pedro Lucas preferiu manter-se onde está: como líder da bancada do União Brasil na Câmara dos Deputados — uma função que, segundo ele, lhe dá mais poder para “construir consensos” e dialogar com diferentes forças. Na prática, também o deixa longe do calor do cargo, dos holofotes e, claro, das armadilhas da Esplanada dos Ministérios.

“Tenho plena convicção de que, neste momento, posso contribuir mais com o país e com o próprio governo na função que exerço na Câmara”, escreveu ele, em nota com aquele tom clássico de “obrigado, mas não, obrigado”.

O gesto não caiu exatamente bem entre aliados do governo, mas Pedro tratou de selar a paz com Lula em dois encontros na própria quarta-feira (23). O primeiro, no Palácio do Planalto, contou com a presença de Davi Alcolumbre (União-AP) — espécie de intermediador informal das relações entre Lula e o centrão emocionalmente indisponível.

Segundo relatos, Lula quis saber pessoalmente os motivos da recusa e pediu que Pedro explicasse (e se desculpasse, com jeitinho). O deputado cumpriu o ritual: disse que ficaria onde “é mais útil” e evitaria que o ministério caísse nas mãos de alguém alinhado à oposição. Lula, diplomático, acenou com compreensão e zerou o placar.

Horas depois, estavam todos reunidos de novo — no já comentado jantar oferecido por Hugo Motta (Republicanos-PB) — onde Lula reafirmou prioridades legislativas, como a isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil e, claro, o freio no projeto de anistia aos envolvidos no 8 de janeiro.

A recusa de Pedro Lucas não foi apenas uma escolha pessoal. Foi um lembrete de que, em 2025, o governo ainda patina em transformar apoios parlamentares em compromissos firmes. Nomear alguém virou uma operação cirúrgica com anestesia política. E mesmo quando o convite é aceito — como no caso de Frederico de Siqueira Filho, atual presidente da Telebras e agora confirmado ministro — o buraco institucional já está cavado.

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Fonte : Hora Brasilia

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