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Com cerca de dois mil inscritos de todo o Brasil, o 2o Encontro Nacional de Gestores da Cultura (Engecult) foi aberto, na noite de ontem, no Teatro Pedra do Reino, Centro de Convenções de João Pessoa. No palco, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, e o secretário de Cultura da Paraíba, Pedro Santos, encabeçaram a solenidade de abertura ao lado de outras autoridades. Na plateia, participantes como o ex-ministro da Cultura do segundo governo Dilma Rousseff, Juca Ferreira, davam uma amostra do peso do evento, que termina amanhã e tem inscrições gratuitas.
Financiamento e profissionalização da área foram alguns pontos levantados na abertura. Somente em 2022, os fazedores de cultura no Brasil passaram a contar com a Política Nacional Aldir Blac (PNAB), que deve destinar R$ 12 bilhões às atividades artístico-culturais até 2028.
Mas para a ministra, ter recursos é apenas o primeiro passo para estruturar o setor. “Precisamos pactuar programas estruturantes que alavanquem a cultura brasileira e exercitem nossa criatividade na gestão pública. Isso significa praticar uma escuta sensível às demandas das nossas comunidades”, declarou.
Nesse sentido, ela também garantiu o envio do Plano Nacional de Cultural para apreciação do Congresso Nacional em breve, mas não precisou a data. “Será um mapa para os próximos 10 anos, um guia que deve orientar essa união [de estados, municípios e Governo Federal] em prol da cultura”, afirmou.
Na visão do secretário estadual de Cultura, Pedro Santos, outra etapa importante é produzir dados que norteiem as decisões dos gestores e profissionalizar artistas e produtores culturais e dirigentes. “A gente precisa qualificar cada vez mais os nossos artistas, os nossos gestores municipais. Precisamos também de produção de indicadores, pesquisas, afinal, política pública só se constrói se tiver dados”, destacou em entrevista aos veículos de comunicação da Empresa Paraibana de Comunicação (EPC).
Em razão de agenda fora da Paraíba, o governador João Azevêdo enviou um vídeo, em que deu boas-vindas aos cerca de dois mil gestores públicos, privados e pesquisadores da Cultura e falou de programas desenvolvidos na área, como o Arte Bagagem. Em três edições, a iniciativa custeou a circulação de cerca de 30 artistas paraibanos em estados brasileiros e no mundo afora.
Concurso Secult
A seleção de servidores, por meio de concurso público, também é uma forma para profissionalizar e moralizar a área. Por isso, a Secult deve lançar um edital de concurso público até o fim de junho segundo o responsável pela pasta da Cultura. “A gente está cumprindo alguns requisitos burocráticos para anunciar, mas há uma possibilidade de que, neste semestre ainda, o governador João Azevêdo anuncie o lançamento do edital do concurso”, disse Pedro Santos.
Margareth assina acordo para curso de Produção Cultural
Uma solenidade realizada, ontem, na Associação Cultural Balaio Nordeste, em João Pessoa, marcou a assinatura de um acordo de cooperação técnica entre o Governo da Paraíba, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult-PB), e o Instituto Federal da Paraíba (IFPB), para a realização do Curso Técnico em Produção Cultural para Agentes de Quadrilhas Juninas. O investimento será na ordem de R$ 700 mil.
O evento contou com a presença da ministra da Cultura, Margareth Menezes, que está em João Pessoa para participar do 2o Encontro Nacional de Gestores de Cultura, que acontece na capital paraibana e segue até amanhã com a presença de mais de 1.200 pessoas de todo o Brasil.
A ministra, por sinal, aproveitou sua fala na Associação Cultural Balaio Nordeste para destacar o protagonismo que a Paraíba vem assumindo neste período de grandes investimentos federais para o setor cultural brasileiro. “Estamos aqui na Paraíba por um motivo muito importante. Porque, neste momento, as políticas culturais do Governo Federal estão chegando a quem mais importa chegar. Naquelas pessoas que sempre se sentiram mais distantes de tudo isso”, pontuou.
Foi nesse sentido que ela pontuou a importância de estados como a Paraíba. “O Ministério da Cultura não consegue fazer tudo sozinho. Precisa desta rede que vem se formando com estados e municípios”.
Pedro Santos, secretário de Estado da Cultura da Paraíba, por sua vez, destacou justamente esse diálogo importante que vem se formando com as diferentes esferas dos entes federativos. “Pela primeira vez a gente está tendo a oportunidade de construir um fluxo perfeito. Governo Federal, Governo do Estado e governos municipais na produção de políticas públicas para a cultura”.
Ele enfatizou a presença de trabalhadoras e trabalhadores da cultura de toda a Paraíba no evento e comemorou o fato de que o diálogo sobre políticas culturais no estado esteja abrangendo o território paraibano de ponta a ponta. E frisou que isso acontece localmente por causa de um decreto do governador João Azevêdo. “Quando o recurso chega na Paraíba por meio das leis federais, eles são automaticamente distribuídos regionalmente”, explicou, destacando, em seguida, que a maior parte dos investimentos em cultura realizados na Paraíba foram parar nas mãos de mulheres.
Já a reitora Mary Roberta Meira Marinho, do IFPB, frisou que o Instituto tem uma referência histórica na área de tecnologia, mas que recentemente tem abraçado a cultura. E comemorou mais uma ação conjunta com a Secult-PB. “Trata-se de um programa de capacitação inédito. Vamos formar agentes culturais de quadrilhas juninas por toda a Paraíba”, enfatizou.
Por meio do link, acesse a programação do evento
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 24 de abril de 2025.
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A União