Operação investiga descontos irregulares em benefícios do INSS

Governo suspende descontos associativos em benefícios do INSS após operação da PF expor esquema bilionário
O governo federal suspendeu nesta quarta-feira (23) todos os acordos de cooperação técnica que permitiam a cobrança de mensalidades associativas diretamente dos benefícios de aposentados e pensionistas do INSS. A decisão foi tomada após a deflagração da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal e da CGU, que investiga um esquema de descontos não autorizados envolvendo entidades associativas.
Durante a operação, o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi afastado do cargo, junto com outros cinco servidores. Foram autorizadas seis prisões temporárias, 211 mandados de busca e apreensão e o bloqueio de mais de R$ 1 bilhão em bens.
Segundo a CGU, cerca de 3 milhões de beneficiários têm valores descontados mensalmente. Auditoria revelou que mais de 90% dos entrevistados não reconheceram ter autorizado os débitos. Entre 2019 e 2024, aposentados e pensionistas pagaram cerca de R$ 6,3 bilhões a essas entidades, muitas das quais não comprovaram a prestação de serviços.
A partir de 2016, os valores descontados cresceram de forma constante, passando de R$ 413 milhões para R$ 2,8 bilhões em 2024. Apenas entre janeiro de 2023 e maio de 2024, o INSS recebeu 1 milhão de reclamações sobre cobranças indevidas.
A medida do governo é um “freio de arrumação” no sistema de parcerias entre o INSS e as entidades civis. Beneficiários que identificarem descontos não autorizados podem solicitar bloqueio ou reembolso por meio do app Meu INSS, site oficial ou telefone 135. Também é possível entrar em contato via e-mail: [email protected].
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