Megaoperação da PF afasta alta cúpula do INSS por desvio de R$ 6,3 bilhões em cobranças indevidas

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A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (23) a operação “Sem Desconto”, um dos maiores esquemas de investigação já realizados contra fraudes no sistema previdenciário brasileiro. Como resultado imediato, cinco membros da alta cúpula do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), incluindo o presidente Alessandro Stefanutto, foram afastados de seus cargos.

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A ação visa desmantelar um esquema de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões. Segundo a PF, o rombo provocado pelas cobranças indevidas entre 2019 e 2024 já chega a R$ 6,3 bilhões. As cobranças ocorriam via folha de pagamento do INSS, com promessas de benefícios como plano de saúde, seguros e auxílio-funeral — mas tudo isso sem consentimento dos aposentados e pensionistas.

Além de Stefanutto, também foram afastados:

  • Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, procurador-geral do INSS;

  • Giovani Batista Fassarella Spiecker, coordenador-geral de Suporte ao Atendimento ao Cliente;

  • Vanderlei Barbosa dos Santos, diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão;

  • Jacimar Fonseca da Silva, coordenador-geral de Pagamentos e Benefícios.

A medida foi anunciada pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, em coletiva de imprensa ao lado do diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues; do ministro da CGU, Vinicius Marques de Carvalho; e do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi.

A operação está sendo realizada em 13 estados e no Distrito Federal, com cumprimento de 211 mandados de busca e apreensão e seis de prisão. Também foram expedidas ordens de sequestro de bens que ultrapassam R$ 1 bilhão.

O esquema envolvia empresas de fachada e entidades que, sob convênios com o INSS, descontavam valores diretamente da aposentadoria de beneficiários. Uma dessas empresas investigadas recebeu sozinha mais de R$ 300 milhões. Os convênios começaram a ser firmados ainda no governo Bolsonaro e continuaram no início da gestão Lula, até que vieram à tona após denúncias.

A operação não apenas derruba parte significativa da direção do INSS, como reacende o debate sobre os mecanismos de controle e transparência dentro do maior órgão previdenciário do país. Os envolvidos podem responder por uma série de crimes, incluindo corrupção ativa e passiva, violação de sigilo funcional, falsificação de documentos, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Enquanto isso, os verdadeiros prejudicados seguem sendo os aposentados — que, além de lidar com a burocracia estatal, agora precisam lidar também com a matemática criativa da fraude institucionalizada.

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Fonte : Hora Brasilia

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