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Lula e Boric defendem integração regional ante guerra comercial
O presidente do Chile, Gabriel Boric, e o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), reforçaram nesta 3ª feira (22.abr.2025) a importância dos 189 anos de amizade entre os dois países sul-americanos. O chileno participou do evento de assinatura de acordos bilaterais entre os países acompanhado do presidente brasileiro no Palácio do Planalto.
“A história nos ensinou que somente trabalhando juntos podemos surgir. Que ninguém pode se salvar sozinho em um mundo com grandes desafios de crise migratória, de crise climática, com desafios imprevisíveis como foi com a pandemia da Covid e talvez outras venham no futuro, não sabemos. Temos o dever de trabalhar juntos”, disse Boric.
Boric ressaltou as relações comerciais e estratégicas entre o os países: “Brasil não só é um líder importante na região e no mundo, mas é um país que consideramos verdadeiramente um amigo. É um aliado estratégico com quem compartilhamos valores em tempos difíceis no mundo.”
Em complemento às falas do líder chileno, Lula mencionou a data da chegada dos portugueses ao território que viria a ser o Brasil, em 22 de abril, e criticou a visão “pobre” de outros países em relação ao seu país.
“Não nascemos para vivermos mais 500 anos para verem nossos países sendo governados para 35% da população como se o restante da sociedade fosse tratado como invisíveis. Aqueles que não se enxergam, aqueles que só aparecem nas eleições para colocar os que eles esquecem no poder para mandatos presidenciais”, completou Lula.
Taxas de Trump
O presidente chileno também aproveitou seu discurso para expor o descontentamento com as medidas tarifárias impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Republicano), ao mundo todo.
“Hoje, em um cenário de incerteza mundial, principalmente em matéria econômica, mas não se limita somente a isso, é mais relevante reafirmarmos nossos vínculos e dizer que aqui, na América do Sul, somos países amigos e vamos seguir trabalhando juntos na defesa de princípios que nos importam, para o Chile e para o mundo”, disse Boric.
Para o Brasil e Chile, as taxas permaneceram no padrão global de 10%, entretanto, o principal embate econômico foi protagonizado pela China, com taxas subsequentes de importação que chegam até 145%.
Durante seu discurso, Lula exaltou a gestão do presidente chileno, que se encerra ao final de 2025. “Companheiro Boric é muito jovem, mas tem boa experiência acadêmica e sabe que nossos países eram induzidos a se tratarem como inimigos”, disse o presidente. “Brasil olhava para a Europa e EUA e ficava de costas para a América Latina. E ela também olhava por cima do Brasil para Europa e EUA.”
Acordos assinados
Os chefes de Estado, acompanhados de seus respectivos ministros, assinaram 8 acordos bilaterais nesta 3ª feira. Tratam-se de cooperações nas áreas de comércio exterior, segurança pública e justiça, coprodução audiovisual, agricultura familiar, intercâmbio de oficiais e inteligência artificial. Outros 5 atos de cooperação também foram assinados.
Sobre a visita ao Brasil, Boric afirmou que a reunião com o presidente Lula e ministros “vai além do protocolo”. “Junto com o desenvolvimento e o crescimento econômico concordamos que procuramos o desenvolvimento dos nossos povos, onde como governos, devemos aos nossos povos. E que muitas vezes as discussões entre líderes mundiais parecem estar nas altas esferas”, disse.
O presidente chileno ainda ressaltou o foco nas classes mais pobres e médias. “Temos a convicção e não esquecemos para quem estamos trabalhando. Que são os mais desfavorecidos, os mais pobres, os mais necessitados e as grandes classes médias, que também em países em vias de desenvolvimento como chile e brasil são importante força nos nossos respectivos países”, concluiu Boric.
Crédito Poder360
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Fonte:
Paulo Figueiredo