Jovem de 16 anos desenvolveu síndrome rara e quase morreu após infecção causada por vape; médicos alertam para os riscos do dispositivo entre adolescentes
Uma adolescente de 16 anos precisou passar por um procedimento de drenagem pulmonar após desenvolver uma infecção grave relacionada ao uso prolongado de cigarro eletrônico. O caso ocorreu em Las Vegas, nos Estados Unidos, e chama atenção para os perigos do uso de vapes por jovens.
Isabella Troncao, que começou a utilizar o dispositivo aos 14 anos, contou ao jornal britânico Daily Mail que usava cigarro eletrônico com maconha para impressionar um garoto. Com o tempo, substituiu o conteúdo por nicotina e, logo depois, começou a sentir dores intensas e dificuldades respiratórias.
Segundo ela, a ardência na garganta evoluiu para uma sensação constante de pressão no peito. “Parecia que havia um peso de 22 quilos no lado esquerdo do meu peito. Eu queria respirar, mas não conseguia inspirar completamente”, relatou a adolescente.
Jovem foi diagnosticada com sepse após infecção evoluir
A gravidade dos sintomas obrigou familiares a carregá-la até o hospital, onde os médicos diagnosticaram um quadro de choque séptico — condição grave e potencialmente fatal, causada por resposta extrema a uma infecção.
Conforme a equipe médica, a infecção começou na garganta e evoluiu para síndrome de Lemierre, afetando a veia jugular interna e se espalhando pelo organismo. Os médicos precisaram drenar um litro de líquido dos pulmões da jovem, que passou um mês internada.
“Disseram que, se eu tivesse chegado algumas horas depois, teria morrido”, disse Isabella. A família atribui o agravamento do quadro ao uso constante do cigarro eletrônico, que facilitou a proliferação de bactérias nos pulmões.
Vapes seguem populares entre adolescentes nos EUA
Apesar dos alertas médicos, os cigarros eletrônicos continuam sendo o produto de tabaco mais usado por jovens nos Estados Unidos desde 2014. Dados da Truth Initiative, ONG voltada à saúde pública, indicam que, em 2024, 38,4% dos estudantes do ensino médio que usavam vapes o faziam com frequência, e 26,3% relatavam uso diário.
A falta de uma legislação federal específica contribui para o consumo elevado. Cada estado tem regras próprias, e a única restrição nacional é a proibição da venda de produtos de tabaco para menores de 21 anos.
A mãe da jovem, ainda abalada, criticou a forma como os vapes são comercializados. “Todos nós fazemos coisas estúpidas, mas eles estão vendendo esses dispositivos com sabores frutados e cores chamativas — são piores que os cigarros comuns”, desabafou.
Alerta para pais e educadores
O caso de Isabella reforça os riscos do uso de cigarros eletrônicos entre adolescentes, principalmente com conteúdos como maconha ou nicotina. Especialistas alertam que o vape pode causar lesões pulmonares, infecções graves e até levar à morte.
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