Mercados apertam o “botão de pânico” e investidores, de Bill Ackman a Howard Marks, criticam tarifas

Siga @radiopiranhas

As bolsas da Ásia e da Europa estão derretendo com a entrada em vigor das tarifas impostas por Donald Trump e os sinais de que o presidente dos Estados Unidos não deve recuar.

Na Ásia, onde muitas economias são altamente dependentes do comércio, a bolsa de Hong Kong caiu 13%, em seu pior dia desde uma queda de 1997 durante a crise financeira asiática. Os índices em Xangai, Taipei e Tóquio desvalorizaram-se entre 7% e 10%.

Na Europa, Stoxx Europe 600 afundou 5%. O “medidor de medo” de Wall Street, o VIX, saltou para os níveis que lembra o colapso Covid-19 e a crise financeira global, à medida que os investidores se preparavam para a volatilidade à frente.

Em meio a esse cenário, alguns dos principais investidores de Wall Street estão começando a se posicionar contra o tarifaço de Donald Trump.

Bill Ackman, o bilionário fundador do fundo hedge Pershing Square, pediu uma pausa de 90 dias nas tarifas para negociar com outros países, alertando que a alternativa era “um inverno nuclear econômico e autoinduzido”.

“Estamos no processo de destruir a confiança em nosso país como parceiro comercial, como um local para fazer negócios e como mercado para investir capital”, escreveu Ackman, em um post de mídia social em X.

Howard Marks, da Oaktree Capital, disse, em entrevista à Bloomberg Television, que “passamos do livre comércio e do comércio mundial e da globalização para esse sistema, o que implica restrições significativas ao comércio em todas as direções e estamos a um passo em direção ao isolamento dos Estados Unidos”.

Já Stan Druckenmiller, investidor e republicano de longa data, que foi o chefe do secretário do Tesouro, Scott Bessent no fundo de hedge de George Soros, escreveu raro post na rede social X, deixando claro sua oposição ao plano tarifário do governo. “Não apoio tarifas superiores a 10%”.

Dan Loeb, fundador da Third Point, disse que houve erros conceituais e práticos na política anunciada na semana passada. “Será um teste do julgamento do governo contra a ideologia como eles resolvem isso no fim de semana ou nos próximos dias”.

Até mesmo Elon Musk, um dos mais fiéis apoiadores de Trump, pediu uma zona de “tarifa zero” entre os Estados Unidos e Europa. “No final do dia, espero que seja acordado que tanto a Europa quanto os Estados Unidos devem se mover idealmente, na minha opinião, para uma situação de tarifa zero, efetivamente criando uma zona de livre comércio entre a Europa e a América do Norte”, disse o dono da Tesla.

Trump, ao menos, por enquanto, parece alheio a isso. No fim da noite de domingo, 6 de abril, ele disse que não sabe o que vai acontecer com os mercados. “Não quero que caia. Mas, às vezes, é preciso tomar remédios para consertar as coisas.”

Na semana passada, a reação de Wall Street tinha sido negativa. Em apenas dois dias, o valor das empresas listadas nos EUA encolheu US$ 6 trilhões. O S&P 500 desvalorizou-se 10,53%. E a Nasdaq, 11,44%, segundo levantamento da consultoria Elos Ayta

source
Fonte
Neofeed

Adicionar aos favoritos o Link permanente.