Cerrado brasileiro perde só em janeiro área equivalente à cidade de Maceió

Em um preocupante cenário, o Cerrado brasileiro enfrentou uma perda significativa de vegetação no primeiro mês deste ano, equivalente à extensão do município de Maceió, capital de Alagoas. Aproximadamente 51 mil hectares de vegetação nativa foram desmatados nesse período, resultando em uma média de 1,6 mil campos de futebol do bioma devastados diariamente.

Os dados alarmantes, divulgados pelo Sistema de Alerta de Desmatamento do Cerrado (SAD), desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), revelam uma tendência preocupante de degradação ambiental. É importante ressaltar que durante esta época do ano, a cobertura de nuvens dificulta a detecção precisa do desmatamento pelos satélites, indicando que a área afetada pode ser ainda maior.

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Comparativo

Em comparação com o mesmo período de 2023, o desmatamento registrou um aumento de 10%. No entanto, em relação a dezembro de 2023, houve uma redução de 48%. Janeiro deste ano também marcou o menor índice de desmatamento dos últimos 11 meses.

Yuri Salmona, geógrafo e diretor do Instituto Cerrados, destaca a importância de analisar as tendências de desmatamento comparando meses equivalentes dos anos anteriores. Ele observa que, embora haja uma diminuição em relação ao mês anterior, o desmatamento continua aumentando quando comparado aos anos anteriores.

Esse aumento alarmante do desmatamento levanta preocupações sobre as políticas de monitoramento e transparência nas autorizações de supressão de vegetação. Especialistas como Fernanda Ribeiro, coordenadora do SAD Cerrado do Ipam, alertam que a redução pontual do desmatamento não indica uma tendência consistente de queda, especialmente durante o período de estações chuvosas, que podem influenciar os dados.

Cerrado x Amazônia

É imperativo que as medidas para combater e controlar o desmatamento sejam intensificadas no Cerrado, seguindo o exemplo das políticas adotadas para a Amazônia. O desmatamento contínuo coloca em risco não apenas a biodiversidade única do bioma, mas também a segurança hídrica do país, considerando que o Cerrado é a fonte de água de muitas das principais bacias hidrográficas do Brasil.

A região do Matopiba, destacando-se como um epicentro do agronegócio, testemunhou 64% de todo o desmatamento em janeiro. Estados como Tocantins, Piauí, Bahia e Maranhão registraram números alarmantes, com aumentos significativos em comparação com o ano anterior.

Diante desse quadro, é essencial que medidas eficazes sejam implementadas urgentemente para conter a destruição contínua do Cerrado e garantir a preservação desse bioma crucial para o equilíbrio ambiental e hídrico do Brasil. O Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento do Cerrado (PP Cerrado), lançado pelo governo federal, oferece uma estrutura crucial para coordenar esforços e alcançar a meta de desmatamento zero até 2030.


Fonte: Agência Brasil / #agoranovale

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