Muita chuva para os próximos dias. A MetSul prevê condições semelhantes às cheias de 2023


Alerta de chuvas excessivas no Sul do Brasil pode repetir extremos de 2023

A MetSul Meteorologia emite um alerta para um cenário de chuvas intensas e potencialmente perigosas nos últimos dias de abril e início de maio, especialmente no Rio Grande do Sul. As previsões indicam que alguns locais podem receber acumulados de precipitação que alcançam 100% a 200% da média histórica para o mês, replicando as condições extremas vistas em 2023.

De acordo com a MetSul, cidades gaúchas como Porto Alegre, Caxias do Sul e Passo Fundo estão entre as que podem enfrentar os maiores volumes, com possíveis acumulados que variam entre 100 mm a 300 mm em curto período de tempo. Este excesso de chuva eleva significativamente os riscos de alagamentos, enchentes e deslizamentos de terra.

O fenômeno está associado a um padrão de instabilidade alimentado pelo El Niño, cuja influência ainda se faz sentir mesmo estando em fase de conclusão. O cenário é similar ao observado no segundo semestre de 2023, quando a região sofreu com temporais devastadores.

Os modelos meteorológicos, incluindo os do Centro Meteorológico Europeu e do serviço meteorológico do Canadá, projetam um cenário crítico de precipitação para os próximos sete a dez dias, apontando para um período prolongado de instabilidade.

Além do risco de chuvas torrenciais, o Sul do Brasil deve estar preparado para temporais, com possibilidade de queda de granizo e vendavais isolados. A MetSul aconselha a população a se manter informada e adotar medidas de precaução para minimizar os impactos das condições adversas.

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As médias históricas de precipitação para o mês de abril no Rio Grande do Sul são, por exemplo, de 111 mm em Pelotas, 112 mm em Bom Jesus, 114 mm em Porto Alegre, 134 mm em Caxias do Sul, 137 mm em Encruzilhada do Sul, 140 mm em Passo Fundo, 151 mm em Passo Fundo, 155 mm em Cruz Alta, 162 mm em Uruguaiana, 173 mm em Bagé, e 194 mm em São Luiz Gonzaga.

Já as média históricas de chuva de maio, pela série 1991-2020, são de 113 mm em Porto Alegre, 117 mm em Pelotas, 118 mm em Uruguaiana, 119 mm em Bom Jesus, 130 mm em Bagé, 131 mm em Caxias do Sul, 137 mm em Santa Maria e Encruzilhada do Sul, 149 mm em Cruz Alta, 153 mm em Passo Fundo e 169 mm em São Luiz Gonzaga.

Os acumulados excessivos de precipitação não vão se produzir em um ou dois dias, mas na soma de vários dias de instabilidade.

O que se está a alertar é para um período prolongado de instabilidade em que vários dias seguidos com registro de precipitação devem terminar com volumes expressivamente altos de chuva em grande parte do território gaúcho e parte de Santa Catarina. Porto Alegre e região metropolitana também devem sofrer com os volumes altos de chuva neste fim de abril e o começo de maio com momentos em que a chuva pode ser moderada a forte, embora em vários períodos a chuva seja de intensidade fraca com alguns intervalos de melhoria.

Alagamentos e enchentes

Alerta-se que a chuva excessiva a extrema nos próximos sete a dez dias deve trazer problemas e transtornos no Sul do Brasil, principalmente no Rio Grande do Sul. Estatísticas históricas do Brasil e do exterior mostram que o excesso de chuva causa mais vítimas fatais que vento forte ou tempestades, assim chuva extrema é situação de elevado perigo. Enfatizamos que a chuva em alguns momentos deve ser forte a torrencial com acumulados muito altos em curto período (50 mm a 100 mm em poucas horas), o que pode trazer alagamentos e inundações repentinas tanto em áreas urbanas como em rurais.

A persistência da chuva por vários dias deve provocar ainda inundações e prováveis cheias de vários rios com enchentes. Chuva com acumulados tão extremos como se prevê traz ainda riscos geológicos. Será muito alto o risco de deslizamentos de terra em áreas de encostas de morros. Podem ocorrer ainda quedas de barreiras que podem gerar bloqueios parciais ou totais de rodovias estaduais e federais.

Temporais

Além da chuva excessiva, outro risco é o de temporais. Isso porque a instabilidade será constantemente alimentada por ar quente, o que favorecerá a formação de nuvens muito carregadas que, ademais da chuva forte, poderá provocar tempestades isoladas com muitos raios, queda localizadas de granizo e ocasionais vendavais isolados. Corredor de vento com ar quente que surge na Bolívia vai atuar por dias seguidos no Rio Grande do Sul e garantirá energia para convecção profunda que resultará em chuva intensa e temporais isolados

Os dados mostram a atuação persistente nos próximos dias de uma corrente de jato em baixos níveis, um corredor de vento a cerca de 1000 a 1500 metros de altitude que tem origem na Bolívia, que vai avançar pelo Nordeste da Argentina até o Rio Grande do Sul com o ar quente que fornecerá a energia para a intensa instabilidade.

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Semelhanças

O cenário que se apresenta para este fim de abril e o início de maior guarda bastante semelhança com aqueles do segundo semestre do ano passado que trouxeram temporais e chuva excessiva no fim do inverno e durante a primavera, no auge do episódio do fenômeno El Niño de 2023-2024. Rio Grande do Sul estará entre uma massa de ar excepcionalmente quente no Brasil e ar mais frio avançando pela Argentina.

Tanto os eventos de chuva extrema de setembro como de novembro do ano passado coincidiram com uma forte onda de calor no Centro do Brasil, exatamente o que vai ocorrer agora com temperatura muitíssimo acima da média em vários pontos do Centro-Oeste e do Sudeste do Brasil a partir de um bloqueio atmosférico que canalizará a umidade para o Sul do país. Isso, porém, não significa que os eventos de chuva excessiva de 2023 se repetirão agora com as mesmas consequências e nos mesmos lugares.

Além disso, o Rio Grande do Sul neste período estará na faixa de transição entre o ar muito quente ao Norte e frio ao Sul, na Argentina. Dependendo do dia, ora o ar mais quente, ora o ar mais frio atuará sobre o território gaúcho, e esta verdadeira “queda de braço” entre as duas massas de ar contribuirá para a chuva excessiva e o risco de tempo severo no estado gaúcho.

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Fonte: MetSul #agoranovale

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