Logística é o braço direito para sucesso do e-commerce

Mercado está em expansão, e projeção é de alcançar US$ 9,38 bilhões em quatro anos

O mercado de logística de e-commerce da América Latina deve seguir em expansão nos próximos anos. Segundo levantamento da Mordor Intelligence, o seu tamanho foi estimado em US$ 5,75 bilhões em 2024 e, até 2029, deve alcançar US$ 9,38 bilhões, obtendo uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 10,30% nesse período.

Esse crescimento se deve ao fato de que a logística se tornou um fator fundamental para o sucesso do comércio eletrônico, ao lado de aspectos como qualidade dos produtos, retenção de clientes e campanhas de divulgação. 

Um bom checkout na loja virtual é importante, mas a entrega dentro do prazo pode determinar o sucesso ou o fracasso de uma operação. De acordo com pesquisa da PwC, 71% dos consumidores brasileiros consideram a entrega rápida um fator decisivo para avaliar positivamente uma compra online. 

Por isso, a capacidade de entregar produtos de forma ágil pode ser um diferencial para os varejistas online, influenciando diretamente a satisfação do cliente e impactando os resultados financeiros das empresas.

No entanto, a logística não se resume apenas a entrega: ela abrange uma extensa cadeia de processos, desde o armazenamento no estoque até a chegada da encomenda ao consumidor final. Isso inclui rastreamento de pedidos, gestão de produtos, empacotamento, despacho e gestão de devoluções, conhecida como logística reversa. 

Frete é o principal gasto da logística

Segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), 65,9% dos gastos das empresas no setor logístico estão relacionados ao frete, seguidos por custos de armazenagem (23%) e despesas relacionadas ao manuseio (14,8%).

A necessidade de oferecer frete grátis tem se tornado uma prática comum entre as lojas para atrair mais consumidores e se manter competitivas, o que exige um planejamento cuidadoso na precificação dos produtos. Para garantir que o negócio continue lucrativo, é preciso que as lojas online integrem os custos de frete em sua estratégia de preços, considerando a margem de lucro e o comportamento do mercado.

Em muitos casos, como observa o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), os e-commerces não precisam se preocupar com o cálculo do frete, especialmente quando operam em ambientes integrados, como shoppings, onde a plataforma de e-commerce já fornece a estimativa do valor no checkout.

No entanto, quando a operação envolve transportadoras externas, o custo do frete pode variar, dependendo do tipo de contrato firmado, sendo um fator que exige atenção e planejamento estratégico. 

Além disso, a escolha da transportadora pode impactar diretamente não só os custos logísticos, mas também a satisfação do cliente. Um balanço preliminar da Black Friday, realizado pelo Procon-SP, destacou que atrasos na entrega foram a principal reclamação dos consumidores, com 639 casos registrado. 

De acordo com informações da Yampi, plataforma de e-commerce, a orientação é optar por transportadoras com bom histórico de atendimento, experiência de mercado e estrutura adequada para atender às demandas logísticas do negócio.

Logística reversa: um desafio que deve ser considerado

Ainda que indesejada, a logística reversa é um aspecto que precisa ser levado em conta na gestão logística do negócio. De acordo com um estudo da E-bit, 7% dos custos operacionais no e-commerce estão associados a ela, reflexo do fato de que 7% das compras realizadas online são devolvidas ou trocadas.

Além de representar um custo elevado, as devoluções podem afetar negativamente a experiência do cliente. O levantamento indica que quase metade (47%) dos consumidores que enfrentam dificuldades para trocar produtos afirma que são menos inclinados a comprar novamente na mesma loja.

Inovação e tecnologias podem impulsionar o setor

Para atender às demandas crescentes dos consumidores, muitas empresas têm investido em soluções tecnológicas que otimizam a logística. O levantamento “Raio X da Logística no Brasil”, da Trackage, aponta que 42,9% das empresas logísticas utilizam três ou mais softwares de gestão. 

Entre as tecnologias mais empregadas estão o ERP (64,3%), WMS (54,8%) e sistemas de rastreamento (47,6%). Esses recursos ajudam a centralizar informações, melhorar a previsibilidade da demanda e aumentar a visibilidade em tempo real.

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