Nicarágua Recebeu US$ 373,5 Milhões em Remessas dos EUA em Janeiro

Siga @radiopiranhas

A Nicarágua recebeu US$ 373,5 milhões em remessas provenientes dos Estados Unidos em janeiro de 2025, informou o jornal local La Prensa na segunda-feira.

O valor representou 83% dos US$ 448,2 milhões em remessas recebidas pela Nicarágua naquele mês. Os 17% restantes foram originados principalmente da Costa Rica e Espanha, além do Panamá, Canadá, México e El Salvador.

O La Prensa, citando informações estatísticas do Banco Central da Nicarágua, afirmou em seu relatório que, embora a soma recebida em janeiro tenha sido 7% menor do que a recebida em dezembro de 2024, a Nicarágua recebeu US$ 81,4 milhões a mais em janeiro de 2025 quando comparado a janeiro de 2024.

O jornal explicou que a Nicarágua recebeu mais em remessas em dezembro principalmente devido à temporada de festas, às formaturas escolares locais e ao feriado de Ano Novo, fatores que geralmente levam a um aumento na quantidade de dinheiro enviado do exterior.

Nos últimos anos, a Nicarágua começou a documentar um aumento dramático nas remessas enviadas do exterior para amigos e parentes locais, impulsionado predominantemente por nicaraguenses que vivem nos Estados Unidos. De acordo com informações publicadas pelo Banco Mundial em dezembro, as remessas representaram mais de 27% de todo o Produto Interno Bruto (PIB) da Nicarágua durante 2024.

“No entanto, teme-se que a ameaça de deportações em massa e o endurecimento da política de imigração promovida pelo presidente Donald Trump reduzam essa fonte de divisas”, afirmou o La Prensa em seu relatório, acrescentando que o total recebido pelo país em remessas “supera as exportações anuais se as vendas sob o regime geral e as da zona de livre comércio forem comparadas separadamente”.

Estima-se que pelo menos 800.000 nicaraguenses, 11,8% dos 6,8 milhões de habitantes do país, fugiram de seu país desde 2018, quando o ditador comunista Daniel Ortega lançou uma campanha de perseguição brutal, ainda em curso, contra manifestantes pacíficos anticomunistas e dissidentes, que deixou mais de 300 pessoas mortas.

Um relatório publicado em dezembro pela ONG costa-riquenha Fundación Puentes para el Desarrollo indicou que desde que Daniel Ortega retornou ao poder em 2007, as remessas familiares para a Nicarágua aumentaram seis vezes, passando de US$ 740 milhões em 2007 para mais de US$ 4,6 bilhões em 2023.

Em 2024, a Nicarágua quebrou um novo recorde no total de remessas recebidas pelo país, ultrapassando o limite de US$ 5 bilhões, para um total de US$ 5,243 bilhões.

Do total anual recebido pela Nicarágua em 2024, US$ 4,340.2 bilhões, ou 82,8%, foram originados dos Estados Unidos. 7,5% das remessas restantes recebidas pela Nicarágua durante 2024 vieram da Costa Rica e 5,8% da Espanha, com o restante das transações originadas de outras nações.

“Este crescimento, substancialmente maior do que o registrado por outros países centro-americanos, deve-se principalmente ao aumento das remessas dos Estados Unidos, impulsionado por uma migração massiva de nicaraguenses para aquele país no mesmo período”, disse a ONG em seu relatório.

O relatório destacou que o aumento nas remessas permitiu ao ditador Daniel Ortega “estabilizar” a economia debilitada do país, aumentando as receitas domésticas, mitigando desequilíbrios externos e fortalecendo as reservas internacionais, enquanto compensa as quedas econômicas causadas pela onda de protestos anticomunistas de 2018 e pela brutal repressão de Ortega, bem como pelas quedas causadas pela pandemia do coronavírus de Wuhan.

Em 2023, um grupo de especialistas explicou que, além do aumento nas atividades econômicas derivadas da entrada de dinheiro estrangeiro, Ortega também se beneficia politicamente das remessas, pois permite ao ditador “acalmar” a agitação social interna ao incentivar a migração em massa de nicaraguenses para fora de seu país, que então enviam remessas para seus amigos e familiares no exterior.

As remessas, enfatizaram os especialistas, acabam servindo como uma “política social” que impulsiona a atividade comercial local sem que Ortega tenha que “mover um dedo”. Ortega também recebe renda direta das remessas por meio de impostos locais, como o Imposto sobre Valor Agregado (IVA), o que ajuda o regime comunista a equilibrar suas despesas orçamentárias.

Além dos benefícios recebidos pelas remessas enviadas do exterior, Ortega também lançou uma campanha de “armamentarização” de migrantes contra os Estados Unidos nos últimos anos, permitindo que migrantes com destino aos EUA passem por seu território em direção à fronteira sul dos EUA, cobrando taxas de “passagem segura” e outras “multas” aos migrantes. As “multas” permitiram ao regime comunista reverter mais de uma década de déficit fiscal contínuo no Aeroporto Internacional de Manágua em 2024.

Source link

source
Fonte:
Paulo Figueiredo

Adicionar aos favoritos o Link permanente.