ONGs Ligadas à Mídia Ninja Receberam R$ 4 Milhões do Governo Lula

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A rede de comunicação Mídia Ninja, conhecida por seu alinhamento com pautas progressistas, tem utilizado organizações não governamentais (ONGs) para captar recursos do governo federal, apesar de afirmar publicamente que não é financiada por dinheiro público. De acordo com informações obtidas pela reportagem do jornal Estadão, duas ONGs diretamente associadas ao grupo já receberam cerca de R$ 4 milhões em convênios, emendas parlamentares e incentivos culturais durante o atual governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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A Mídia Ninja ganhou notoriedade em 2013 ao cobrir os protestos de junho daquele ano e, desde então, tem se consolidado como um canal de comunicação alternativo. Em 2022, o movimento declarou apoio à candidatura de Lula, participando ativamente de campanhas para “virar votos” e, após a vitória do petista, celebrou a eleição com a frase “vencemos” em suas redes sociais.

As ONGs que captaram recursos são lideradas por figuras que também fazem parte da estrutura da Mídia Ninja. A Associação Coletivo Cultural, por exemplo, recebeu R$ 3,4 milhões para projetos ligados à Fundação Nacional de Artes (Funarte) e ao Ministério da Cultura. Entre seus dirigentes estão Talles Pereira Lopes e Karla Kristina Oliveira Martins, ambos fundadores da Mídia Ninja e integrantes de colegiados da Funarte no período em que os projetos foram selecionados.

Outro braço do grupo, a Casa Ninja Amazônia, obteve R$ 599,9 mil do Fundo de Defesa de Direitos Difusos (FDD), gerido pelo Ministério da Justiça. A entidade conta com uma assessora especial da ministra da Cultura em seu Conselho Gestor.

Além disso, um convênio firmado com a Associação dos Cubo Cards prevê a realização do projeto “Circuito Ninja Cerrado de Formação”, com financiamento de R$ 599 mil. O plano de trabalho inclui bolsas de R$ 300 para 150 jovens negros, quilombolas e indígenas, além de R$ 554 mil destinados a assessores, coordenadores, designers e despesas com combustível.

Documentos analisados pelo jornal Estadão mostram que a aprovação dos convênios da ONG Coletivo Cultural ocorreu após pareceres técnicos iniciais contrários. Em junho de 2023, avaliações de servidores da Funarte indicaram que a proposta da entidade não possuía “aderência à missão institucional da Funarte”, recomendando a rejeição do projeto. No entanto, após a entrada de Talles Lopes e Karla Martins nos comitês da Funarte, em dezembro do mesmo ano, a ONG obteve um parecer favorável, e o contrato foi assinado dois dias depois.

A entidade também recebeu autorização para captar R$ 985 mil pela Lei Rouanet para o projeto “Circuito Mineiro de Festivais”, mas, segundo Lopes, ainda não conseguiu arrecadar os recursos.

O cientista político Leandro Consentino, professor do Insper, destaca que essa relação entre verbas públicas e ativismo político pode gerar desequilíbrios na competição eleitoral.

“Se o recurso vai para uma ONG que tem como função enaltecer o partido do governo, começa a haver um problema do ponto de vista da isonomia política e eleitoral”, alerta Consentino.

Apesar das evidências do financiamento indireto, a Mídia Ninja continua a afirmar que não recebe recursos públicos e que sobrevive “às custas de altos investimentos privados”. Entretanto, os documentos revelam que seus fundadores estão à frente de organizações que captam recursos públicos de diversas fontes do governo federal.

O Ministério da Cultura justificou que os recursos foram repassados conforme as regras dos editais públicos e das emendas parlamentares impositivas. Já a Mídia Ninja e as ONGs envolvidas afirmam que não há interferência política na seleção dos projetos.

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Fonte : Hora Brasilia

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