Warren Buffett está preocupado com as tarifas, a guerra comercial e a economia global

Se a promessa do presidente Donald Trump for cumprida, a partir de terça-feira, 4 de março, as importações do México e do Canadá para os Estados Unidos passam a ter uma tarifa de 25% e as da China, um adicional de 10%. Para Warren Buffett, isso não é nada bom.

O Mago de Omaha afirmou que sua preocupação com a política comercial de Trump é econômica: impostos punitivos desencadeiam inflação e prejudicam os consumidores.

“Você sempre tem que fazer essa pergunta em economia: e depois?”, disse Buffett em entrevista ao CBS News para o documentário da publisher do Washington Post, Katharine Graham, que deu todo o suporte para os jornalistas no caso Watergate, que culminou com a renúncia do presidente Richard Nixon.

Para o CEO da Berkshire Hathaway, o tempo vai transformar essas tarifas em impostos sobre mercadorias. “As tarifas são, na verdade, algo com o qual temos muita experiência. Elas são um ato de guerra, até certo ponto”, disse ele.

Essa não é a primeira vez que Buffett opina sobre a política comercial de Trump. Durante o primeiro mandato do republicano, ele apareceu publicamente uma dezena de vezes nos anos de 2018 e 2019 para alertar sobre os conflitos comerciais, os movimentos agressivos e as consequências globais negativas dos atos de Trump.

A China promete retaliar a decisão. No início de fevereiro deste ano, o presidente dos Estados Unidos havia dado o prazo de um mês para que os países vizinhos intensificassem a entrada ilegal de drogas pelas fronteiras.

Buffett se absteve de comentar o que pensa sobre a economia americana.

Em 22 de fevereiro, a Berkshire Hathaway publicou o seu balanço anual com o recorde de US$ 334,2 bilhões em caixa. Em 2023, ele tinha US$ 167,6 bilhões em caixa. Ao longo do segundo semestre do ano passado, o veículo de investimentos de Buffett reduziu fortemente sua participação em empresas como Apple e Bank of America.

O mercado interpreta esse movimento defensivo de Buffett como um indicativo de que ele está pessimista com os rumos da economia e do mercado acionário.

A Berkshire Hathaway registrou lucro operacional de US$ 47,4 bilhões, uma expansão de 27% sobre o ano anterior. “A Berkshire se saiu melhor do que eu esperava”, disse Buffett em sua carta anual aos investidores.

Listada na Nyse, a ação da Berkshire acumula valorização de 13,4% em 2025 e de 27,4% em 12 meses. O valor de mercado da companhia é de US$ 1,1 trilhão.