Flávio Bolsonaro defende candidatura do pai e critica inelegibilidade: “O povo quer tirar o PT”

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) defendeu, nesta quarta-feira (26), o direito do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de disputar as eleições de 2026. Para ele, a inelegibilidade do pai não seria justa e “só o eleitor pode decidir” se ele deve voltar ao cargo.

“O povo quer tirar o PT, quer tirar o Lula e quer Jair Bolsonaro de volta. Não é justo com o eleitor ele ficar de fora da disputa”, escreveu o senador em publicação no X (antigo Twitter).

A declaração de Flávio veio acompanhada de um trecho da entrevista de Bolsonaro ao jornalista Léo Dias, na qual o ex-presidente questiona a atuação do STF e da PGR no inquérito sobre a suposta tentativa de golpe.

Na entrevista, Bolsonaro afirmou que alguns magistrados estariam atuando politicamente para retirá-lo da eleição de 2026 e criticou a condução dos processos contra ele.

“O magistrado tem que falar nos autos, não pode ficar dando declaração por aí. O que eles querem é me tirar das eleições do ano que vem”, disse.

Ele também minimizou as acusações de tentativa de golpe e questionou a existência de provas concretas. “Tentativa armada? Acharam alguma arma com os caras? O que é ‘tentativa violenta’? Alguém correu atrás do Presidente da República?”, ironizou.

Em um dos trechos mais polêmicos da entrevista, Bolsonaro comparou a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) — responsável por julgar a denúncia contra ele e outros 33 investigados — a uma “câmara de gás”, expressão com forte conotação histórica associada ao nazismo.

O ex-presidente também voltou a sugerir que os atos de 8 de janeiro de 2023 foram “armados pela esquerda” e desqualificou a delação de Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens, que serviu de base para a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR).

A defesa de Bolsonaro e os ataques ao STF acontecem no momento em que o ex-presidente tenta reverter sua inelegibilidade e se manter como figura central na oposição ao governo Lula. O cenário jurídico e político promete esquentar nos próximos meses, com impactos diretos nas eleições de 2026.