Da rua para a tela: criminosos trocam furtos e roubos por golpes virtuais

A criminalidade no Brasil está passando por uma mudança de perfil. Se antes os crimes mais comuns eram os tradicionais furtos, roubos e outros delitos cometidos nas ruas, hoje os criminosos estão adotando novas formas de agir, com destaque para os golpes virtuais. De acordo com a delegada Luciane Bertoletti, titular da 3ª Delegacia de Canoas, a criminalidade está migrando para dentro das casas dos criminosos, sendo executada por meio de dispositivos eletrônicos e plataformas digitais.

Na terça-feira (25), uma operação realizada pela Polícia Civil de Canoas desmantelou uma quadrilha responsável por um golpe que se aproveitava da ingenuidade de suas vítimas para extorqui-las. O grupo se passava pelo chefe da Polícia Civil do Rio Grande do Sul e aplicava o golpe dos “nudes”, onde as vítimas eram ameaçadas com imagens comprometedoras e extorquidas em até 8,5 mil reais. Este é apenas um exemplo da crescente onda de crimes virtuais que vem se espalhando por todo o Brasil.

A delegada Luciane Bertoletti explica que, com o avanço da tecnologia, a criminalidade encontrou uma nova “ferramenta” para atingir as pessoas, com a facilidade de se esconder atrás de identidades falsas e criar situações de pânico e medo a distância. “Esses criminosos se aproveitam do anonimato e da confiança que as pessoas têm no ambiente virtual. Muitas vezes, as vítimas não sabem nem quem está por trás das ameaças”, afirmou a delegada.

A migração dos crimes para o ambiente virtual está preocupando as autoridades, que buscam meios de se adaptar à nova realidade, tanto no combate quanto na prevenção desses golpes. A delegada Luciane Bertoletti destaca que a Polícia Civil está intensificando o uso de tecnologia para rastrear esses criminosos, mas também alerta a população para a necessidade de atenção redobrada ao lidar com transações e contatos online. “É importante sempre verificar a autenticidade de qualquer situação que envolva dinheiro ou dados pessoais”, enfatiza.

Com a evolução da tecnologia, os golpes online tendem a aumentar, exigindo uma postura mais vigilante por parte da sociedade e das autoridades. A transformação da criminalidade é um reflexo das mudanças sociais e digitais que vivemos, e, portanto, a adaptação ao novo cenário é essencial para garantir a segurança da população.

Golpes virtuais: como criminosos usam a internet para enganar e extorquir vítimas

A criminalidade virtual tem se espalhado com rapidez no Brasil e no mundo, alterando a forma como os criminosos operam. Utilizando plataformas digitais, e-mails, mensagens de texto e redes sociais, os golpistas criam situações que enganam as vítimas e, muitas vezes, causam danos irreparáveis. A seguir, alguns dos golpes mais comuns praticados no ambiente online, que têm se tornado cada vez mais sofisticados.

1. Golpe dos nudes

O “golpe dos nudes” tem ganhado destaque nos últimos tempos, sendo um exemplo de extorsão sexual e financeira. Nesse golpe, criminosos entram em contato com a vítima por meio de mensagens, muitas vezes se passando por pessoas atraentes ou até mesmo por alguém da rede de amigos ou familiares. Em seguida, solicitam fotos íntimas ou vídeos, alegando interesse romântico. Após o envio das imagens, os golpistas ameaçam divulgar as fotos nas redes sociais ou compartilhar com familiares e amigos, a menos que a vítima pague um valor para manter a intimidade em segredo.

Este golpe explora a vulnerabilidade emocional das vítimas, utilizando-se da pressão e da vergonha para extorquir dinheiro.

2. Golpe do falso atendente de banco

Este golpe, bastante comum, envolve criminosos que se passam por atendentes de bancos para enganar as vítimas. Os golpistas entram em contato, geralmente por telefone, e-mails ou mensagens de texto, dizendo que houve uma atividade suspeita em uma conta bancária ou cartão de crédito da vítima. Eles então solicitam dados sensíveis, como números de conta, senhas e códigos de segurança.

Em alguns casos, os criminosos pedem que a vítima baixe um aplicativo ou clique em um link que parece ser da instituição financeira, mas que na verdade é uma página falsa. O objetivo é roubar informações bancárias e fazer transferências ou compras não autorizadas.

3. Golpe do falso intermediário

O golpe do falso intermediário é comum em transações comerciais, especialmente em compras ou vendas pela internet. Nesse golpe, o criminoso se apresenta como intermediário de uma negociação entre comprador e vendedor, geralmente oferecendo condições atraentes para ambas as partes. O golpista pede o pagamento antecipado de produtos ou serviços e, após receber o valor, desaparece sem realizar a entrega ou fornecimento do serviço combinado.

Este tipo de golpe é mais comum em plataformas de e-commerce e redes sociais, onde a falta de verificação rigorosa de identidade facilita a ação dos criminosos.

4. Golpe do falso empréstimo

Neste golpe, os criminosos se aproveitam da necessidade de crédito da vítima e oferecem empréstimos com condições vantajosas. O golpista entra em contato com a vítima, dizendo que tem uma oferta de crédito com juros baixos ou sem burocracia, solicitando um adiantamento de valores como taxa de “análise de crédito”, “seguro” ou “taxa administrativa”. Após o pagamento, a vítima nunca recebe o empréstimo e fica sem o dinheiro e sem o crédito prometido.

Esse golpe é comum em períodos de dificuldades financeiras, quando muitas pessoas estão mais suscetíveis a aceitar promessas de crédito fácil.

5. Golpe do falso sequestro

O golpe do falso sequestro é um dos mais emocionais e angustiantes para as vítimas. Os criminosos entram em contato com a família de alguém e afirmam que a pessoa foi sequestrada. Eles exigem um pagamento imediato para liberar a vítima. Para tornar a história mais convincente, os golpistas podem usar um tom de voz intimidante e até mesmo enviar imagens ou vídeos para simular o sequestro.

Esse tipo de golpe explora a preocupação e o medo das famílias, fazendo com que muitas vezes paguem sem verificar a veracidade da situação.

6. Golpe do WhatsApp clonado

No golpe do WhatsApp clonado, os criminosos conseguem clonar o número de um celular e se passam pela vítima, entrando em contato com amigos e familiares e solicitando transferências de dinheiro urgentes. Os golpistas geralmente alegam que estão em uma emergência ou passando por dificuldades, e convencem as vítimas a fazerem depósitos em contas controladas pelos criminosos.

Este golpe é altamente eficaz porque os golpistas se passam por pessoas de confiança, aumentando as chances de que o pedido de dinheiro seja aceito sem questionamento.

7. Golpe do falso suporte técnico

Este golpe é comum e pode envolver empresas de tecnologia como Microsoft, Apple ou Google. Os golpistas se passam por técnicos de suporte e alegam que o computador da vítima está infectado com vírus ou apresenta problemas graves. Para resolver o “problema”, o criminoso pede que a vítima pague uma taxa ou baixe um software, o que pode resultar no roubo de dados pessoais ou instalação de malware no dispositivo.

A vítima, acreditando estar resolvendo um problema técnico, acaba comprometendo suas informações pessoais e bancárias.

8. Golpe do falso concurso ou sorteio

Golpistas oferecem concursos ou sorteios fraudulentos com prêmios atraentes, como carros ou dinheiro. Para participar, as vítimas são instruídas a pagar uma “taxa de inscrição” ou fornecer dados bancários para o “depósito do prêmio”. Após o pagamento, o prêmio nunca chega, e os golpistas desaparecem com o dinheiro da vítima.

Esse golpe é comum nas redes sociais e em sites de vendas, onde os criminosos atraem as vítimas com promessas de prêmios fáceis.

Como se Proteger dos Golpes Virtuais?

• Desconfie de mensagens e ligações inesperadas, especialmente se solicitarem informações pessoais, financeiras ou pagamento de taxas.
• Nunca compartilhe senhas ou códigos de segurança com ninguém, mesmo que a pessoa se identifique como do banco ou de empresas confiáveis.
• Verifique a autenticidade de sites e aplicativos antes de realizar qualquer transação financeira ou fornecer dados pessoais.
• Use antivírus e proteções de segurança em seus dispositivos para evitar que informações pessoais sejam acessadas por terceiros.

Os golpes virtuais se adaptam rapidamente às novas tecnologias, e a melhor forma de se proteger é manter-se bem informado e agir com cautela ao navegar na internet.

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