RS está sob risco de apagão por sobrecarga na rede elétrica

O Rio Grande do Sul está entre os 11 Estados brasileiros que enfrentam risco de apagão no médio prazo devido à sobrecarga na rede elétrica. O alerta foi feito pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que atribui o problema à geração excedente de energia solar, fenômeno conhecido como “fluxo reverso”. Esse cenário ocorre quando a energia não consumida é devolvida ao sistema, sobrecarregando a infraestrutura elétrica e podendo resultar em falhas no fornecimento.

Além do Rio Grande do Sul, os Estados de Bahia, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Roraima e São Paulo também estão em situação de atenção.

Para evitar colapsos no sistema, o ONS propõe um plano de operação para o período de 2025 a 2029, destacando a necessidade de maior coordenação entre distribuidoras de energia e produtores de geração solar.

Expansão da energia solar e impactos na rede

Atualmente, o Brasil gera cerca de 33 gigawatts (GW) de energia por meio de micro e minigeração distribuída, principalmente com painéis solares fotovoltaicos. A expectativa é que esse número alcance 50 GW até 2029. No entanto, o crescimento acelerado da geração descentralizada tem transformado o fluxo de eletricidade em uma via de mão dupla, desafiando a capacidade das subestações de equilibrar a distribuição de energia.

De acordo com o Plano de Operação Elétrica de Médio Prazo do Sistema Interligado Nacional (SIN) 2024, a modernização da rede elétrica é essencial para garantir a estabilidade do fornecimento. Entre as soluções apontadas estão investimentos em tecnologias de armazenamento de energia e o aprimoramento da infraestrutura de transmissão e distribuição.

A sobrecarga pode causar danos a equipamentos conectados à rede e comprometer a qualidade do fornecimento, afetando diretamente a economia e a segurança energética dos Estados mais impactados.

ONS descarta risco iminente de apagão

Apesar do alerta, o ONS esclarece que o risco de apagão não é imediato. O estudo, produzido anualmente, busca prever desafios para os próximos cinco anos e indicar soluções preventivas.

“O sistema elétrico brasileiro é robusto e segue operando com segurança. Os desafios apontados no Plano de Operação Elétrica fazem parte de um processo contínuo de modernização e adaptação do setor”, destacou o ONS em nota.

Entre as medidas em andamento, estão reforços na rede de transmissão, aprimoramento dos requisitos técnicos para conexão ao SIN e a instalação de equipamentos que aumentem a estabilidade do sistema. Além disso, o ONS trabalha em parceria com órgãos como a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o Ministério de Minas e Energia (MME) e a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) para garantir a modernização da infraestrutura elétrica do país.

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