Log dá a largada em nova fase de expansão

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Empresa de galpões logísticos controlada pela família Menin, a Log fechou 2024 com a entrega de uma encomenda feita quatro anos antes: a promessa de produzir, nesse intervalo, um volume de 1,5 milhão de metros quadrados de área bruta locável (ABL).

Após concluir esse pacote, a companhia não está tirando o pé do acelerador. Sua nova meta é entregar 2 milhões de metros quadrados de ABL até 2028. Mas na largada desse novo percurso, a log planeja dosar a velocidade na via que financiou boa parte da sua expansão nesse último ciclo: a venda de ativos.

“Tem um cenário mais desafiador na reciclagem, com as taxas de juros subindo e um ruído entre os fundos imobiliários”, diz Sergio Fischer, CEO da Log, ao NeoFeed. “Vai haver uma dificuldade maior, mas estamos precavidos para não sermos pegos por nenhum cisne negro.”

Apesar do contexto mais adverso, alguns fatores sustentam a crença da Log de que cumprirá a primeira etapa do seu novo plano sem grandes sobressaltos. A começar pelo saldo desses acordos. Em 2024, por exemplo, a empresa vendeu 413 mil metros quadrados de ABL, por uma cifra recorde de R$ 1,5 bilhão.

“Já provamos que temos liquidez”, afirma. “No ano passado, fizemos várias transações e com bolsos distintos, de investidores institucionais a fundos imobiliários. E que estão olhando o longo prazo, e não a subida pontual da Selic.”

Ele ressalta que a ideia para esse ano é vender o mesmo volume de ativos de 2024. E que, mesmo sob um panorama macro menos favorável, a empresa já tem de três a quatro conversas em andamento para novas vendas de ativos.

Outros elementos reforçam essa confiança da Log para seguir financiando sua expansão. Entre eles, o nível confortável de alavancagem com que fechou 2024 – de 0,81 vez, contra 1,87 vez, um ano antes. Além de um volume grande de recebíveis de vendas passadas que será realizado ao longo de 2025.

Nessa direção, Fischer prevê que a Log desembolse um montante próximo de R$ 1 bilhão para cumprir a meta de entregar os primeiros 500 mil metros quadrados do novo plano nesse ano. A cifra está um pouco acima do investimento de R$ 819,3 milhões feito em 2024, um salto de 47,9% sobre 2023.

“Estamos com a melhor safra da nossa história”, diz o CEO. “No primeiro plano, nós desbravamos muitas praças. Agora estamos indo para a unidade 2,3, 4 ou até para a 6 em algumas delas. Já sabemos quem é o cliente daquela região e o quanto ele está disposto a pagar. Vamos ser muito mais assertivos.”

Como prova desse olhar mais apurado, ele cita o fato de que, no quarto trimestre de 2024, a Log registrou a entrega de 188,9 mil metros quadrados. E alcançou uma taxa de 90% de pré-locação nesses empreendimentos. O tíquete médio, por sua vez, subiu 10,6% sobre um ano antes, para R$ 21,76.

Depois de virar o ano com obras em andamento, a companhia já prepara a entrega de ativos neste primeiro trimestre. Esse portfólio inclui projetos em São Paulo, Cuiabá (MT) e no Nordeste. E há outros galpões no forno que acentuam essa pegada de diversificação geográfica característica da empresa.

“Estamos começando novos projetos em praças como Salvador, Fortaleza, João Pessoa, Maceió, Goiânia, Cuiabá e Campo Grande”, conta. “O novo plano contempla 22 praças Brasil afora e já temos mais da metade desse landbank dentro de casa.”

Lucro, dividendos e recompra de ações

Divulgado na noite desta quarta-feira, 5 de fevereiro, o balanço do quarto trimestre e do ano consolidado de 2024 da Log traz outros indicadores que reforçam o otimismo, mesmo que cauteloso, da empresa.

Entre outubro e dezembro, a Log apurou um lucro líquido de R$ 100 milhões, alta de 36,6% sobre um ano antes. Em 2024, a última linha do balanço ficou em R$ 344,3 milhões, o que representou um crescimento de 76,6%.

A receita líquida trimestral avançou 17,5%, para R$ 55,9 milhões, enquanto a receita líquida anual foi de R$ 219,7 milhões, uma ligeira queda de 0,2%. Já o Ebitda no trimestre ficou em R$ 142,5 milhões, um salto de 124,7%. E, o anual, em R$ 493,6 milhões, uma expansão de 86,2%.

As despesas operacionais cresceram 252,7% de outubro a dezembro, para R$ 58,4 milhões. Mas recuaram 22,1% no ano, para R$ 171,4 milhões. Enquanto a dívida líquida teve alta de 14,1%, para R$ 1,3 bilhão, e o lucro por ação evoluiu 105,7%, para R$ 3,95 por ação.

No ano, a companhia destinou um excedente de caixa das vendas de ativos, no valor de R$ 533 milhões, a duas frentes. Na primeira, distribuiu R$ 220 milhões em dividendos. E, na segunda vertente, reservou R$ 313 milhões para a recompra de ações, além de cancelar 5 milhões de ações mantidas em tesouraria.

Para 2025, a Log já anunciou que irá adotar a prática de distribuir dividendos trimestrais, com o plano de destinar o equivalente a 50% do lucro líquido do ano – cujo guidance aponta para a faixa de R$ 350 milhões a R$ 450 milhões – para essa finalidade. E a recompra de ações também segue no escopo.

“Estamos com um desconto muito relevante, de mais de 50%, em relação ao que nossos imóveis valem”, diz Fischer. “E o cenário está posto para 2025. Vamos continuar com essa estratégia de recompra enquanto se mantiver esse gap grande entre o valor justo e o valor do papel.”

As ações da Log encerraram o pregão de hoje cotadas a R$ 18,01, um recuo de 2,18%, dando à empresa um valor de mercado de R$ 1,6 bilhão. Em 2025, os papéis acumulam uma valorização de 4,4%.

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Neofeed

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