A “família” da Provence Partners mais do que dobra (mas o cheque não vai aumentar)

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Existe uma máxima de que quando alguns choram, outros vendem lenços. Em 2024, o mercado de venture capital patinava para sair de um duro inverno que reduziu investimentos em startups e deixou feridas pelo ecossistema de empreendedorismo no Brasil.

A Provence Partners, que já investiu em Raiô, Wellhub (ex-Gympass), Track.co e Netshow.me, tirou o pé de acelerador e não fez nenhum novo aporte em 2024 (só participou das rodadas de Agrolend e Adventures, nas quais já investia).

Mas em vez de chorar, os sócios Leo Figueiredo, Marcelo Mitre, Thomas Figueiredo e Igor Brito foram a campo atrás de mais famílias para a rede da gestora. Em janeiro de 2024, eram 20 famílias que investiam na Provence Partners. O capital era de empreendedores que construíram Hedging-Griffo, Raia Drogasil, a Eurofarma, Verde Asset e Lojas Marisa.

Agora, o número mais do que dobrou e chegou a 53 famílias. Passaram a fazer parte da “família” Provence Partners nomes como Alfredo Villela, Marco Aurélio Silva (Arcom), Luciano Camargo (Sinqia), Marcelo Romcy (Proteus), Bruno Toledo (Unitoledo), Luiz Gustavo Rocha (Tracbel), Louis Charbonnieres (SulAmérica) e Claudia Tonussi (Tacom), para citar alguns exemplos.

“Queríamos sair da tradicional Faria Lima e do mercado financeiro e buscar famílias de outras áreas e regiões do Brasil”, diz Mitre, ao NeoFeed.

As novas “famílias” que passaram a fazer parte da Provence Partners indicam essa diversidade. Marco Aurélio Silva, por exemplo, é o CEO da Arcom, um atacadista de Uberlândia (MG); Luciano Camargo é um dos cofundadores da empresa de tecnologia Sinqia; Marcelo Romcy fundou a Proteus, comprada pelo Patria, em 2021; e Bruno Toledo era da Unitoledo, um grupo educacional de Araçatuba, no interior de São Paulo, adquirida pela Yduqs.

“Somos um dos únicos fundos da classe de ativos a se propor de fato só ter passivo formado por famílias que empreenderam ou construíram negócios relevantes ao longo do tempo”, afirma Brito.

O crescimento do número de famílias não significa que a Provence Partners vai ter mais capital ou que o seu cheque será maior. A gestora seguirá a estratégia de fazer até três investimentos por ano, com cheques que variam de US$ 4 milhões e US$ 5 milhões.

O modelo é singular. Cada família que “entra” na gestora tem a obrigação de investir, no mínimo, US$ 50 mil e, no máximo, US$ 300 mil por rodada em seis investimentos. Como há mais famílias, cada uma vai assinar cheques menores por rodada.

Em follow ons, em que o cheque pode ser maior, só as famílias que têm interesse no negócio seguem o aporte e se comprometem com mais capital.

Além disso, a Provence Partners trata o capital de cada família como uma carteira administrada, que mostra o investimento e retorno de cada “cotista” em particular.

O NeoFeed viu duas carteiras administradas da Provence – os nomes das famílias serão preservados. Uma delas estava com uma taxa interna de retorno (TIR) acima de 14% e a outra, de 23%.

Mas esse não é o único retorno que a Provence Partners espera dar aos seus “cotistas”. Um deles é o aprendizado. “Se as famílias aprenderem qualquer coisa que possa gerar um negócio para o business principal, já valeu a pena”, afirma Mitre.

Outro retorno intangível é o networking. A gestora faz de dois a três eventos por ano com todas as famílias. E, com isso, acredita Mitre, a Provence pode investir melhor. “Os nossos investidores nos fazem investir melhor”, afirma.

Mas tanto Mitre, como Brito, são enfáticos: é preciso dar retorno financeiro. “O nosso objetivo é um TIR média, em dólares, de 15% a 25%”, afirma Mitre.

Por não ser um fundo de venture capital tradicional, que tem prazo para investir e desinvestir, os sócios da Provence Partners dizem que seu “capital é paciente”. A gestora pode ficar muito tempo no negócio ou sair quando surgir uma boa oportunidade.

Até agora, a Provence Partners já saiu de Nomad e Bnex. Na Remessa Online, que foi comprada pela Ebanx, a saída foi parcial.

O foco é encontrar companhias “tech enable”, que tenham empreendedores que consideram a startup seu projeto de vida e que tenham boas margens.

Em 2025, a Provence Partners quer crescer ainda mais o número de famílias que investem com a gestora. Mas está nos planos retomar os investimentos.

Mitre, no entanto, faz uma ressalva. “Não temos obrigação de investir. E só vamos fazer se encontramos bons negócios.”

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Neofeed

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