Acusado de arrastar, agredir e tentar estuprar mulher em parque ambiental no Acre vira réu


Justiça do Acre aceitou a denúncia do Ministério Público Estadual (MP-AC) contra Guilherme Silva da Cruz, de 23 anos. Crime ocorreu em janeiro no Horto Florestal de Rio Branco. Guilherme Silva da Cruz segue preso no Complexo Prisional de Rio Branco
Reprodução
A Justiça do Acre aceitou a denúncia do Ministério Público Estadual (MP-AC) e tornou réu Guilherme Silva da Cruz, acusado de arrastar, agredir e tentar estuprar uma mulher de 46 anos dentro do Horto Florestal em Rio Branco, em janeiro deste ano.
A decisão é da juíza de Direito da 1ª Vara Criminal, Isabelle Sacramento, publicada nesta segunda-feira (3). Veja detalhes do crime abaixo.
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Guilherme da Cruz segue preso no Complexo Prisional de Rio Branco desde o último dia 13 de janeiro. Ele, inclusive, também é acusado de tentar abusar de uma mulher próximo ao Horto Florestal anteriormente.
Na denúncia, o MP-AC destaca que o abuso sexual não foi consumado porque a vítima entrou em luta corporal com o acusado e gritou por socorro. Mesmo assim, a mulher foi encontrada na trilha com machucados no rosto e região do pescoço.
“Então, após árduo esforço para sair de onde foi deixada por Guilherme, precisando agarrar-se às raízes das plantas que margeiam o igarapé, retornou à trilha e pediu ajuda à testemunha e ao vigilante que ali passava, sendo encaminhada à guarnição da Polícia Militar”, reforça.
Câmeras de segurança do parque ajudaram a confirmar a identificação do acusado, que usava uma calça vermelha no momento do crime. Guilherme da Cruz foi preso horas depois no bairro Tancredo Neves dentro de um centro espírita.
O acusado passou por audiência de custódia na manhã de 12 de janeiro e foi liberado. Um dia após ser solto, a Justiça expediu um mandado de prisão e mandou prender Guilherme. Policiais militares encontraram o acusado em casa, no bairro Tancredo Neves e cumpriram o mandado judicial. Ele não reagiu.
Guilherme da Cruz é assistido pela Defensoria Pública do Acre (DPE-AC), enquanto contrata um advogado. O defensor Rodrigo Chaves explicou que não tem detalhes da denúncia, mas, de forma geral, ‘após a acusação ser formalizada pelo Ministério Público, ele será citado e terá a oportunidade de indicar um advogado. Caso não tenha recursos para isso, a Defensoria Pública assumirá sua defesa’.
Tentativa de estupro
O crime ocorreu na manhã de 11 de janeiro. A mulher caminhava em uma trilha do Horto Florestal com o animal de estimação quando foi atacada pelo acusado.
Segundo ela relatou à polícia, o homem a seguiu fingindo mexer no celular até ficar em uma área sozinho com ela. A mulher disse que o acusado a asfixiou, inicialmente com as duas mãos em seu pescoço, e a levou para um matagal que fica ao redor da trilha.
“Ao perceber que o autor atentava contra a sua dignidade sexual, reagiu e travou luta corporal, debatendo-se e rolando pelo chão com o mesmo mata à dentro, rumo ao igarapé. Nesse momento, a vítima desmaiou, somente retomando os sentidos quando dentro igarapé, situado nas proximidades do local para onde foi levada”, afirmou no processo.
Ao despertar, a vítima percebeu que estava com a bolsa enrolada no pescoço e o acusado havia fugido. Ela conseguiu sair do igarapé e pedir socorro ao vigilante e um homem que passava próximo do local e a Polícia Militar foi acionada.
“Logo após a fuga de Guilherme, a testemunha visualizou a senhora [nome da vítima] saindo pela mesma trilha, bastante machucada e pedindo socorro. Ao ajuda-la, a mesma relatou à testemunha ter sido vítima de uma tentativa de estupro e que o autor teria levado seu celular”, diz.
Calça que acusado usava no momento do crime foi encontrada pela polícia
Reprodução
Flagrado por câmeras
Câmeras de segurança do local registraram Guilherme da Cruz dentro do parque com uma calça vermelha, a mesma descrita pela vítima e algumas testemunhas. Na área de mata para onde a mulher foi levada também foi encontrado um brinco e a bolsa dela às margens do igarapé.
A mulher sofreu ferimentos no rosto, pescoço, tórax, braços barriga, costas e pernas. Ao ser ouvido na delegacia, Guilherme da Cruz afirmou ser praticante de umbanda e que havia participado de um ‘ritual’ na noite anterior.
Ele confirmou que havia estado na trilha do Horto Florestal no dia do crime, mas alegou que não se recordava do que havia ocorrido e ‘acreditava ter sido “possuído” e somente deixou de assim estar quando chegou ao Centro Espírita’.
No dia 15 de janeiro, a Federação das Religiões de Matriz Africana do Acre (Feremaac) divulgou uma nota de esclarecimento negando a realização do ritual descrito pelo acusado em depoimento e confirmando que Gulherme não participa de nenhum tempo de religião matriz africana.
Também após o crime, a Prefeitura de Rio Branco publicou uma nota se colocando à disposição para prestar toda a assistência necessária à vítima.
Na época, o prefeito em exercício da capital acreana, Alysson Bestene (PP), anunciou reforço no monitoramento nas trilhas e um convênio maior com a Polícia Militar. Medidas já haviam sido tomadas anteriormente para garantir a segurança de quem passeia pelo parque, segundo ele.
VÍDEOS: g1
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