‘É um sofrimento inexplicável’, diz mãe de Rafael Fug após polêmico resultado de julgamento

Nesta quarta-feira (21), aconteceu o julgamento de Jéssica de Oliveira, acusada de matar o companheiro, Rafael Fug, a facadas em um apartamento no bairro Velha Central, em Blumenau, no dia 16 de abril de 2022. Em júri popular, a mulher foi condenada a 14 anos de prisão em regime inicialmente fechado pelo crime de homicídio qualificado por motivo fútil e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima. Porém um detalhe da sentença está causando polêmica e revolta na família de Rafael Fug: a condenada seguirá em prisão domiciliar.

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Ao Portal Alexandre José, a mãe de Rafael, Ivanilda Fug, lamentou o resultado do júri e disse que a justiça foi falha. “Eu, que sou a mãe, fiquei inconformada. Como ela ganha 14 anos de cadeia e vai para casa em regime fechado? Se ela vai ficar como ela estava não precisaria nem ter tido esse julgamento“, disse.

Ela ainda afirmou que jamais haverá um “final feliz” para o caso. “Não teve um final feliz, mas um final feliz nunca vai ter, nem para mim que sou a mãe e nem para os pais dela, que também não têm culpa, mas amenizaria mais a nossa dor. É um sofrimento que é inexplicável, só uma mãe que perde um filho sabe qual é o sentimento, é como se arrancassem um pedaço da gente. Ele era um filho bom, trabalhador, extrovertido, sonhador e ela fazer isso com ele e depois vai ficar como estava… não podia ser assim. Eu não sei porque ela ganhou todas essas regalias. Tem um vídeo que todo mundo está vendo e ela simplesmente foi para casa, saiu lá do Júri Popular talvez ainda rindo de nós. Para mim, pelo que eu entendo, a justiça foi falha“, opinou.

O irmão de Rafael, Alessandro Fug, também falou ao Portal Alexandre José. Ele contou que ele e a mãe estavam esperando ansiosos o julgamento, mas se decepcionaram com o resultado. “Onde está a justiça? Se eu for num supermercado e furtar um chocolate eu vou preso e uma pessoa dessas mata, tira a vida do meu irmão e fica em casa, saindo com a moto dela, fazendo o que quiser. Ela está livre, é como se não tivesse feito nada. Eu queria saber onde está a justiça. Nós estamos sofrendo muito, eu e a minha mãe. A gente não conseguiu descansar ainda. A gente estava tão feliz por causa do dia 21 e quando chegou o dia parece que acabou mais ainda com a gente“, desabafou.

O que é prisão domiciliar?

No programa Tribuna do Povo da NDTV desta sexta-feira (23), o apresentador Alexandre José recebeu o Promotor de Justiça do caso, Carlos Alberto Galdino. Ele explicou como funciona a sentença que Jéssica recebeu.

“Sobre essa questão da prisão domiciliar é importante que fique claro que ela não cumprirá a pena integralmente nessas condições. Porque a prisão domiciliar da qual ela se beneficia hoje, é uma prisão cautelar. […] é um benefício que ocorre no processo penal para algumas situações e acusada Jéssica se enquadrava, porque ela tem uma filha que demanda algum cuidado e essa filha tinha, na época, menos de 12 anos. Diante disso o Tribunal de Justiça entendeu que era o caso de se colocar a acusada nessa situação e, posteriormente à condenação dela no Tribunal do Júri na última quarta-feira, a juíza entendeu por seguir o que o Tribunal de Justiça já havia determinado. É claro que isso cabe rediscussão a partir de agora, mas o juízo da comarca de Blumenau só manteve aquilo que o Tribunal de Justiça já havia dito”, contextualizou o Promotor.

Além disso, ele informou que está estudando o caso e pensa em recorrer da decisão. “Eu estou estudando um recurso para verificar a possibilidade de majorar a pena, ou seja, aumentar esses 14 anos e penso também em rediscutir o cumprimento dessa prisão domiciliar“, destacou o Galdino.

A reportagem do Portal Alexandre José entrou em contato com a defesa de Jéssica para comentar o julgamento, mas até o fechamento da matéria não teve retorno. O espaço segue aberto.

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