Taça Kika de volta

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Após um ano sem ser realizada, a Taça Kika de Handebol de Praia voltará a movimentar as areias da Paraíba, entre 17 e 19 de janeiro do próximo ano, em João Pessoa. As inscrições para a 27a edição já estão abertas, e, no primeiro lote, que vai até a próxima sexta-feira (27), o valor a ser pago por cada clube interessado em participar é R$ 450. Após isso, o valor sofre reajuste de R$ 100, sendo que o último dia para pagamento é 10 de janeiro.

A competição leva esse nome em homenagem à paraibana Kika, ex-jogadora de handebol que faleceu em 1995 após ser atropelada na orla do Cabo Branco. Uma das responsáveis pela organização é Rossana Marques, mas o torneio passa pelo crivo da Federação Paraibana de Handebol (FPH), que é presidida por Izaque Alves.

“A federação dá todo o apoio logístico, de confederação, de documento, de tudo. Mas toda a realização, o mérito e o demérito — que tem mais mérito — são de Rossana e Silvio, eles são os mestres. Em relação ao retorno, certeza, vai dar um bom campeonato. Já houve equipes internacionais, mas acho muito difícil a gente conseguir de novo, mas pode voltar a aproximá-las”, defende ele.

 Handebol no estado

Há mais de duas décadas à frente da FPH, poucas pessoas conhecem tão bem e podem falar com tanta propriedade sobre essa modalidade esportiva em solo paraibano como Izaque Alves. Segundo ele, o panorama atual, que é marcado pela diminuição drástica de atletas interessados, é reflexo do pouco interesse e incentivo à prática esportiva, principalmente em meio ao público mais jovem.

“Isso aí não só no handebol, é em toda modalidade: se você não conseguir fazer nascer frutos novos,  o esporte se acaba. Foi o que aconteceu com o basquete na Paraíba. O futsal, todo mundo joga, você junta quatro pessoas, cinco, para jogar. Os Jogos Escolares dão 50 equipes. Mas, se você for para cada técnico e disser ‘quantos treinos vocês deram?’, tem técnico que não deu nenhum treino. Já em handebol, voleibol, basquete… você não faz isso. Você tem que fazer um treinamento, fundamentação, para poder participar de competição. Com esta não divulgação e apreço das escolas, fica difícil retornar a um nível acima de aceitável”, declarou.

Para ele, a descoberta de novos talentos paraibanos que venham a ser destaques em nível nacional só pode acontecer a partir de uma rotina contínua — e não sazonal, como tem sido feito na cultura esportiva local de treinamentos.

“É um trabalho de formiguinha mesmo. Nós temos aqui a filha de Cíntia Piquet, que hoje é da Seleção, a Carol. É destaque total na areia. Na quadra, é que está mais difícil, porque não existe um trabalho contínuo. Porque, para você chegar num nível de seleção, de Cadete até Adulto, você tem que ter o trabalho do ano todo. Mas aqui os técnicos trabalham dois, três meses, para os Jogos Escolares. Aí, quando vai se aproximar do Campeonato Paraibano, aí treina de novo e para. Então o atleta fica nessa gangorra, de melhora e piora”, explica Izaque.

Outro fator crucial para a continuidade do handebol na Paraíba é a interiorização; ou seja, se antes a maioria dos clubes era de João Pessoa e de Campina Grande, hoje outras cidades têm ocupado esses espaços, como Conceição e Itaporanga, finalistas do Campeonato Paraibano deste ano, que terá os campeões definidos amanhã, com locais de decisão ainda a serem definidos.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 20 de dezembro de 2024.

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A União

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