Fenômeno La Niña e seus impactos no clima do Brasil durante o verão 2025

O verão astronômico começa oficialmente neste sábado, 21 de dezembro, mas ainda não foi declarada a ocorrência oficial de um evento de La Niña pela Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA), dos Estados Unidos. No entanto, a atmosfera no Oceano Pacífico Equatorial já apresenta padrões típicos do fenômeno, o que pode impactar significativamente o clima no Brasil nos próximos meses.

La Niña: condição atual e critérios

Para que um evento de La Niña seja declarado, é necessário observar dois fatores principais:

  1. Temperaturas superficiais do mar no Pacífico Equatorial Central-Leste ao menos 0,5°C abaixo da média por várias semanas;
  2. Mudanças atmosféricas na circulação de Walker, como ventos alísios mais fortes e padrões de chuva característicos.

Embora a última leitura da NOAA indique uma anomalia de temperatura de -0,6°C, suficiente para La Niña fraco, o período de observação ainda não é suficiente para confirmar o evento. A probabilidade de La Niña durante o verão de 2025 é de 72%, segundo o último boletim da NOAA.

Impactos esperados no Brasil

Mesmo sem a confirmação oficial, o comportamento atmosférico típico da La Niña pode gerar os seguintes efeitos:

  • Sul do Brasil:
    • Redução das chuvas, aumentando o risco de estiagens;
    • Possibilidade de ondas de calor e temperaturas extremas no verão;
    • Entrada de massas de ar frio em períodos atípicos, especialmente no outono.
  • Centro-Oeste e Sudeste:
    • Períodos de chuva acima da média, com possibilidade de eventos extremos;
  • Norte e Nordeste:
    • Aumento das precipitações em diversas áreas, favorecendo setores agrícolas e hídricos.

Contexto global e histórico

A La Niña é a contraparte fria do fenômeno El Niño-Oscilação Sul (ENOS), influenciando o sistema climático global. Este fenômeno esteve presente por um período prolongado entre 2020 e 2023, causando estiagens severas no Sul do Brasil e uma crise hídrica em países vizinhos, como Uruguai, Argentina e Paraguai.

No cenário global, a presença de La Niña costuma reduzir a temperatura média planetária, embora, com o aquecimento global, os impactos possam ser menos perceptíveis.

Previsões para os próximos meses

Se a tendência atual continuar, um evento de La Niña fraco poderá ser declarado oficialmente até o início de janeiro de 2025. O fenômeno, ainda que breve, poderá determinar um verão de contrastes climáticos no Brasil, exigindo atenção especial às condições meteorológicas, principalmente no Sul, onde o risco de estiagem permanece elevado.

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