Facção é suspeita de contratos milionários com prefeitura de município gaúcho

Facção criminosa teria negociada contratos de R$ 40 milhões com a prefeitura de Parobé, aponta investigação

A Polícia Civil e o Ministério Público (MP) deflagraram nesta quarta-feira (18) a Operação Confraria , que revelou um esquema envolvendo uma facção criminosa e a prefeitura de Parobé, no Vale do Paranhana. O grupo teria negociado apoio político em troca de contratos fraudulentos que somam R$ 40 milhões. As investigações apontam crimes de corrupção, fraudes em licitações e lavagem de dinheiro .

Mandados e apreensões
Ao todo, foram cumpridos 41 mandatos de busca e apreensão, incluindo na sede do Executivo municipal e na residência do prefeito Diego Picucha (PDT). Durante a operação, foram coletados:

• 59 veículos , avaliados em R$ 6,4 milhões;
• 33 imóveis , avaliados em R$ 4,8 milhões;
• Diversas armas regularizadas, encontradas na casa de um investigado por homicídio.

A investigação também envolveu um membro da facção, ocupando cargo de comissão no alto escalão da prefeitura, ameaçando opositores e críticos da gestão municipal.

Esquema de corrupção detalhado

De acordo com o MP e a Polícia Civil, desde 2020 uma facção teria oferecido apoio político em eleições legislativas em troca de contratos com a prefeitura. Após o pleito, empresas de fachada passaram a ser contratadas por meio de licitações suspeitas, dispensas indevidas ou direcionamento de contratos.

As empresas envolvidas utilizaram frequentemente endereços fictícios ou inexistentes , como terrenos baldios ou residências, e apresentaram “laranjas” sem qualificação técnica. Em quatro anos, foram firmados 39 contratos fraudulentos, ultrapassando R$ 40 milhões.

Os recursos desviados foram lavados por meio da compra de imóveis, veículos de luxo e abertura de novas empresas utilizando capital ilícito.

Investigadores e lideranças da operação

• Pelo Ministério Público: promotora Letícia Elsner Pacheco, coordenada pelo procurador Fábio Costa Pereira.
• Pela Polícia Civil: delegada Vanessa Pitrez, diretor Cassiano Cabral e delegado Filipe Bringhenti, do Departamento de Repressão à Lavagem de Dinheiro (Deic).

Nota da prefeitura

Em comunicado, a assessoria da prefeitura afirmou:
“Fomos abordados com a referida operação. No entanto, isso não abala em nada a lisura da nossa gestão, reconhecida por três anos consecutivos pelo Conselho Federal de Administração como a melhor do Estado do RS no Índice de Governança Municipal. O prefeito Diego Picucha se manifestará oficialmente ainda nesta tarde.”

Fonte: GZH

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