Justiça de SP mantém motorista do Porsche amarelo preso e marca para fevereiro 1ª audiência de réu que atropelou e matou motoboy


Sessão será em 26 de fevereiro de 2025. Audiência de instrução serve para juíza decidir se leva Igor Sauceda a júri popular. Empresário está detido por atingir moto de Pedro Figueiredo a 102,3 km/h porque ele quebrou retrovisor de carro de luxo. Crime foi em julho na Zona Sul. Igor Sauceda (à esquerda) foi acusado de usar seu Porsche amarelo para atropelar e matar motociclista Pedro Figueiredo (à direita) em São Paulo
Reprodução
A Justiça de São Paulo manteve preso o motorista do Porsche amarelo que atropelou e matou um motoboy em julho deste ano e marcou para fevereiro a primeira audiência do caso para começar a decidir se levará o réu a júri popular. A informação foi divulgada na segunda-feira (9) no processo.
O empresário Igor Ferreira Sauceda, de 28 anos, está detido preventivamente pelo assassinato de Pedro Kaique Ventura Figueiredo em 29 de julho. O condutor do carro de luxo atingiu a moto da vítima por trás a 102,3 km/h na Avenida Interlagos, na Zona Sul de São Paulo, segundo laudo pericial.
A velocidade máxima permitida para a via é de 50 km/h. Câmeras de segurança gravaram o momento em que o Porsche persegue o motoboy e o derruba. O motivo: instantes antes, o motoboy havia quebrado o retrovisor do lado do condutor do automóvel esportivo. (Veja vídeo abaixo.)
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O motoboy chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e teve a morte confirmada num hospital. Ele sofreu politraumatismo e hemorragia cerebral, segundo o Instituto Médico Legal (IML). A vítima tinha 21 anos. Segundo a perícia, Pedro tinha ingerido bebida alcoólica momentos antes de pilotar sua moto.
O g1 não conseguiu localizar os advogados de Igor até a última atualização desta reportagem, mas apurou que a defesa alega que o atropelamento foi um acidente.
Fase do processo
A etapa marcada para o dia 26 de fevereiro é chamada de audiência de instrução e ocorrerá no Fórum Criminal da Barra Funda, Zona Oeste da capital. Ela será feita de maneira híbrida, por videoconferência e presencialmente. Serão ouvidas as testemunhas de acusação, de defesa e ocorrerá o interrogatório do acusado.
Como o número de pessoas para serem ouvidas é elevado, a Justiça marcará outras datas. Só depois disso é que a juíza Isabel Begalli Rodriguez decidirá se há indícios de crime para submeter o caso para julgamento de jurados. Não há previsão de quando isso ocorrerá.
Justiça mantém motorista de carro de luxo preso
O que diz o MP
O caso foi investigado pelo 30º Distrito Policial (DP), Tatuapé. De acordo com a acusação feita pelo Ministério Público (MP), Igor teve a intenção de matar Pedro. A Promotoria o acusa por homicídio doloso triplamente qualificado por motivo fútil, emprego de meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima.
O Ministério Público ainda pede à Justiça um “valor mínimo de indenização a ser pago aos familiares da vítima”. Isso porque, de acordo com a Promotoria, “Pedro era casado e sua esposa estava grávida na data do crime”.
O MP também sugeriu que o motorista do Porsche seja condenado a mais de 18 anos de prisão.
Motorista alega acidente
Motorista de Porsche que matou motociclista em SP já foi acusado de perseguição
O g1 não conseguiu localizar os advogados de Igor para comentar o assunto, mas apurou que a defesa alegou que o cliente não teve intenção de matar o motoboy, não possui antecedentes criminais, trabalha e tem residência fixa. E que o atropelamento foi um acidente.
Igor alegou que seguiu o motociclista, mas que não quis atropelar nem matar o piloto. O empresário não se feriu com gravidade. Segundo o exame de corpo de delito do IML, ele teve uma “escoriação” de “3 cm” no braço direito. Apresentou “lesões corporais de natureza leve”, informa o laudo.
Além de querer que o caso fosse apurado como homicídio culposo, sem intenção de matar, a defesa havia pedido à Justiça para soltar seu cliente, mas o pedido foi negado pela juíza sob o argumento de que há “a necessidade da prisão preventiva para assegurar a ordem pública e garantir a aplicação da lei penal”.
Uma semana antes de perseguir, atropelar e matar o motociclista, Igor usou o mesmo Porsche para seguir uma família que era sua sócia num bar que possui no Itaim Bibi, Zona Sul da capital. Vídeos gravados pelas vítimas mostram o carro amarelo do empresário próximo do veículo delas.
Fantástico ouve testemunha que viu Porsche perseguir motociclista em São Paulo
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