Dólar oscila nesta segunda-feira, à espera de novos dados de inflação e com expectativa por Copom


Na última sexta-feira, a moeda norte-americana avançou 1% nesta sexta-feira, cotada a R$ 6,0713. Já o principal índice acionário da bolsa de valores brasileira recuou 1,50%, aos 125.946 pontos. Dólar
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O dólar abriu a sessão desta segunda-feira (9) com volatilidade, após ter atingido mais um recorde de valor nominal no pregão passado, cotado a R$ 6,0713.
Investidores aguardam novos dados de inflação no Brasil e nos Estados Unidos e seguem na expectativa pela próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC), prevista para quarta-feira.
Em meio aos sinais de uma atividade ainda forte e de uma inflação elevada no Brasil, a estimativa dos agentes do mercado financeiro é que o colegiado vote por aumentar a taxa básica de juros (Selic) mais uma vez.
No exterior, novas decisões de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) ficam no radar, bem como eventuais sinalizações do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, sobre um possível aumento de impostos para os parceiros comerciais norte-americanos.
Na Ásia, novos dados de preços ao consumidor e no atacado na China voltaram a sinalizar que a economia do gigante asiático começa a fraquejar, o que fez com que o governo do país anunciasse mais incentivos fiscais e monetários para 2025. As tensões geopolíticas na Síria também ficam sob os holofotes.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
MOTIVOS: Ibovespa tem melhor mês desde novembro, mas dólar não segue o entusiasmo
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Dólar
Às 09h01, o dólar subia 0,02%, cotado a R$ 6,0723. Veja mais cotações.
Na última sexta-feira, a moeda norte-americana subiu 1%, cotado a R$ 6,0713, em um novo recorde nominal.
Com o resultado, acumulou:
alta de 1,18% na semana e no mês;
ganho de 25,12% no ano.

Ibovespa
As negociações do Ibovespa, por sua vez, começam apenas às 10h.
Na sexta-feira, o Ibovespa caiu 1,50%, aos 125.946 pontos.
Com o resultado, acumulou:
avanço de 0,22% na semana e no mês;
recuo de 6,14% no ano.

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O que está mexendo com os mercados?
Os investidores dão início a mais uma semana recheada de indicadores nesta segunda-feira. O destaque fica com os novos dados de inflação do Brasil e dos Estados Unidos, previstos para os próximos dias.
Por aqui, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, a inflação oficial do país) deve ser divulgado na terça-feira e trazer novos indícios sobre quais devem ser os próximos passos do Comitê de Política Monetária (Copom) na condução da Selic.
Segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, os analistas do mercado financeiro voltaram a elevar suas estimativas para a inflação de 2024, para 4,84%.
Os olhos ficaram voltados para a Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul nesta sexta-feira (6). O novo Acordo de Associação Mercosul-União Europeia, anunciado pela manhã, visa fortalecer a relação entre os países dos dois blocos.
A assinatura do acordo só acontece depois que os textos passarem por uma revisão jurídica e de serem traduzidos para os idiomas oficiais dos países envolvidos. O anúncio, portanto, significa que as negociações entre os dois blocos estão encerradas.
Em entrevista coletiva, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que o “acordo com Mercosul é vitória para Europa”.
“Este é um acordo ganha-ganha, que trará benefícios significativos para consumidores e empresas, de ambos os lados. Estamos focados na justiça e no benefício mútuo. Ouvimos as preocupações de nossos agricultores e agimos de acordo com elas. Este acordo inclui salvaguardas robustas para proteger seus meios de subsistência”, disse von der Leyen.
A presidente da Comissão Europeia também direcionou parte de seu discurso para os agricultores europeus, reafirmando o compromisso do bloco em ouvir suas preocupações e resolvê-las.
“Este acordo inclui salvaguardas robustas para proteger os seus meios de subsistência. O acordo UE-Mercosul é o maior de todos os tempos no que diz respeito à proteção dos produtos alimentares e bebidas da UE”, disse Von der Leyen.
Nos últimos meses, agricultores de algumas regiões da Europa, especialmente da França, fizeram manifestações em protesto ao acordo entre Mercosul e União Europeia. Isso porque os produtos agrícolas do Mercosul entrariam na região em condições “desiguais de competitividade”, o que prejudicaria a produção local.
De acordo com a Comissão Europeia, mais de 350 produtos da UE agora são protegidos por indicação geográfica, uma espécie de selo de qualidade que vincula o produto à sua origem de produção. Von der Leyen também garantiu que os “padrões europeus de saúde e segurança alimentar permanecem intocáveis”.
“Os exportadores do Mercosul terão que cumprir rigorosamente esses padrões para acessar o mercado da UE. Esta é a realidade de um acordo que economizará às empresas da UE 4 bilhões de euros por ano em tarifas de exportação”, disse, reiterando que os mercados também serão expandidos nesse processo, gerando oportunidades de crescimento e trabalho para ambos os lados.
Apesar de um acerto inicial ter sido firmado há cinco anos, a medida não havia saído do papel desde então por pressão dos europeus. Parte dos países da UE, em especial a França, não é favorável a uma abertura de mercado que beneficie competidores do Mercosul.
Mais cedo, a ministra do Comércio da França, Sophie Primas, reafirmou a oposição do país ao acordo comercial entre a UE e o Mercosul, afirmando que o acordo vincula apenas a Comissão Europeia, e não os Estados-membros.
Dados de emprego nos EUA
No exterior, foco nos novos dados de emprego do payroll. Segundo informações do Departamento de Comércio dos Estados Unidos, a criação de vagas de trabalho na maior economia do mundo acelerou em novembro depois de ter sido severamente afetada por furacões e greves.
Isso, no entanto, não sinaliza uma mudança material nas condições do mercado de trabalho, que continuam a enfraquecer de forma constante e permitem que o Federal Reserve corte a taxa de juros novamente este mês.
Foram 227 mil vagas de emprego abertas fora do setor agrícola no mês passado, acima do esperado pelos economistas.
A taxa de desemprego subiu para 4,2%, depois de se manter em 4,1% por dois meses consecutivos. A média de ganhos por hora aumentou 0,4%, após ter aumentado 0,4% em outubro. Nos 12 meses até novembro, os salários avançaram 4,0%, mantendo o ritmo de outubro.
*Com informações da agência de notícias Reuters

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