Produção industrial de SC cai 1,3% em 2023

A produção industrial catarinense recuou 1,3% no ano passado, mas apresenta trajetória de recuperação. Em janeiro de 2023, o declínio acumulado em 12 meses era de 4,9%. No consolidado do ano passado, o Brasil apresentou incremento de 0,2%.

O resultado acumulado de 2023 em SC foi amenizado pelo crescimento de 7,2% apresentado no mês de dezembro, quando o indicador teve sua maior alta no ano. Na comparação com o mês anterior, em dezembro de 2023 a produção da indústria catarinense foi a terceira maior do país, atrás apenas de Pernambuco (11,6%) e Amazonas (7,4%).

O desempenho negativo da produção industrial catarinense no ano passado  – ainda que em recuperação – pode ser explicado pelo impacto negativo das altas taxas de juros no mercado brasileiro e nos Estados Unidos, avalia o presidente em exercício da Federação das Indústrias de SC (FIESC), Gilberto Seleme.

A melhora no cenário ao longo do ano passado é reflexo do aumento do consumo das famílias, segundo análise do Observatório FIESC. Isso porque o incremento das vendas em hipermercados e supermercados – especialmente de itens alimentícios-,  elevou a demanda por embalagens plásticas, com impacto direto nesse segmento industrial. “Com a queda nos preços dos alimentos, a indústria de embalagens intensificou sua atividade para atender a demanda, o que levou a um aumento de 10,2% na produção industrial do segmento em SC, a maior do ano entre os setores analisados”, explica João Pitta, economista do Observatório FIESC.

Ainda de acordo com Pitta, o recuo da inflação no mercado brasileiro contribuiu para a recuperação de vendas de eletrodomésticos, o que elevou a demanda por equipamentos elétricos. Soma-se a esse cenário o aumento nas exportações catarinenses de transformadores e painéis para comandos elétricos, com reflexo no aumento da produção industrial do segmento de 7,7% em Santa Catarina em 2023. No Brasil, no entanto, o setor de equipamentos elétricos apresentou recuo de 10,1% no período.

Juros e exportações 

No mercado doméstico, a taxa básica de juros afeta especialmente segmentos ligados à construção civil, como a de indústria de minerais não-metálicos  – que engloba a produção de cimento, concreto e produtos cerâmicos -, e que registrou queda na produção industrial de 7,7% em SC. Outro segmento sensível à Selic é a metalurgia, que apresentou retração de 5,9% no estado em 2023.

Os juros dos EUA afetam as exportações de produtos catarinenses voltados ao consumo, como móveis. As exportações do segmento, que é importante para a economia do estado, recuaram 23,4%. A demanda menor teve reflexos imediatos na produção do setor, que recuou 16,2% no ano passado.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.