EcoRodovias arremata Nova Raposo em mais um trecho do pacote de concessões de SP

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O governo do estado de São Paulo percorreu mais um trecho do extenso programa de privatizações que colocou “na rua” desde que o governador Tarcísio de Freitas assumiu seu posto no Palácio dos Bandeirantes, em janeiro de 2023.

Na mais recente etapa desse trajeto, a EcoRodovias arrematou a licitação da concessão rodoviária Nova Raposo com uma oferta de R$ 2,19 bilhões, em leilão realizado na tarde desta quinta-feira, 28 de novembro, na B3, em São Paulo.

A proposta da companhia representou um ágio de 47.111,67% sobre o valor mínimo da outorga, estipulado em R$ 4,6 milhões. E superou as ofertas feitas pela EPR (R$ 1,17 bilhão), CCR (R$ 1,04 bilhão) e Via Appia (R$ 477,48 milhões), suas rivais nesse certame.

“Estudamos todos os editais recentes. Em geral, houve um amadurecimento do setor, principalmente do ponto de vista regulatório e das garantias e segurança contratuais”, afirmou, em nota, Marcello Guidotti, CEO da EcoRodovias, ressaltando que o novo ativo tem “total sintonia” com a estratégia de crescimento sustentável do grupo.

Com o resultado do leilão, a empresa chega a uma malha total de mais de 4,8 mil quilômetros de rodovias sob sua gestão em todo o País. Em São Paulo, essa é a quarta concessão da companhia, que já opera a Ecovias, a Ecopistas e a EcoNoroeste.

A Nova Raposo inclui 92 quilômetros de trechos de quatro rodovias que atravessam dez cidades entre a região metropolitana de São Paulo e o sudoeste do estado. Com prazo de 30 anos, a concessão inclui o compromisso de um aporte de aproximadamente R$ 7,9 bilhões em obras e melhorias.

Como parte dessa cifra, a empresa terá que investir em cerca de 78 quilômetros de faixas adicionais, 22 quilômetros de duplicações e 43 quilômetros de marginais. A partir do terceiro ano, o projeto também prevê a instalação do modelo de cobrança automática de pedágios, mais conhecido como free flow.

Até então, parte dessa malha era operada pela ViaOeste, da CCR. Há cerca de um mês, as duas empresas travaram uma disputa em outro leilão do governo paulista, do Lote Rota Sorocabana. Daquela vez, porém, quem saiu vencedora foi a CCR, com um lance de R$ 1,6 bilhão.

O pregão de hoje, por sua vez, fechou o pacote de leilões realizados pelo governo de São Paulo durante todo o ano de 2024, como parte do Programa de Parcerias de Investimentos de São Paulo (PPI-SP), que envolve um total de 24 projetos e prevê R$ 470 bilhões em investimentos.

Além da Nova Raposo e da Rota Sorocabana, essa última rodada do ano incluiu dois leilões para a construção de 33 novas escolas para estudantes dos ensinos fundamental e médio, e um processo para a transferência da gestão de serviços lotéricos.

Entre outros projetos concluídos ou no radar, o PPI-SP inclui iniciativas que compreendem da ampliação das redes metroviária e ferroviária até a gestão de parques públicos urbanos, passando pela construção de casas populares, escolas e a desestatização da Sabesp, concluída em julho desse ano.

Apesar de receber elogios de parte do mercado pela modelagem adotada nos leilões e a diversidade de projetos envolvidos, essas concessões e iniciativas do PPI-SP também têm sido alvo de críticas.

Esse foi o caso da própria privatização da Sabesp, cujo certame teve apenas um concorrente, a Equatorial. Ao mesmo tempo, o preço da ação no follow on da operação, de R$ 67, foi muito abaixo da média negociada na B3 no mesmo dia da oferta, de R$ 83.

O certamente de hoje na B3, por sua vez, também atraiu um grupo de manifestantes, formado por moradores do entorno da rodovia Raposo Tavares, um dos trechos da concessão, que fizeram protestos contra o leilão, criticando questões como a cobrança de pedágios e as desapropriações inerentes ao projeto.

Ainda na bolsa de valores brasileira, as ações da EcoRodovias fecharam o pregão do dia com forte queda de 19,79%, cotadas a R$ 5,35. Os papéis acumulam uma desvalorização de 43,2% no ano e a companhia está avaliada em R$ 3,7 bilhões.

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