Moraes proíbe Martins de ir a oitiva na Câmara e ameaça prender o ex-assessor

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Foto: Arthur Max/MRE

Ex-assessor para Assuntos Internacionais da Presidência seria ouvido pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional

A defesa de Filipe Martins informou que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), impediu o ex-assessor da Presidência para Assuntos Internacionais de comparecer a uma audiência na Câmara dos Deputados prevista para esta quarta-feira, 27.

Em virtude de um requerimento do deputado Marcel van Hattem (Novo-RS), a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional ouviria Martins. Um dos tópicos que seriam abordados pelos parlamentares tem a ver com a suposta viagem de Martins a Orlando, em dezembro de 2022.

Além de proibir o ex-assessor da Presidência de ser ouvido pelo Parlamento, Moraes ameaçou revogar a liberdade provisória concedida a Martins em agosto. O ex-assessor ficou preso durante seis meses, sob a alegação de que teria ido aos Estados Unidos, como parte de um suposto plano de golpe de Estado. O mais recente ato do ministro veio depois de Martins ser indiciado pela PF.

“O descumprimento das condições impostas quando da concessão da liberdade provisória acarretará a imediata conversão da medida cautelar em prisão preventiva”, ameaçou o ministro do STF.

PF se contradiz sobre suposta viagem de Filipe Martins aos EUA

Polícia Federal (PF) se contradisse sobre a suposta viagem de Martins aos Estados Unidos.

Conforme o relatório da PF a respeito do suposto plano de golpe de Estado, divulgado na terça-feira 26, por Moraes, Martins “forjou uma possível saída do Brasil”.

“O conjunto de elementos probatórios reunidos ao longo de todo período investigativo demonstraram que Filipe Martins forjou uma possível saída do Brasil no final do ano de 2022 com o objetivo de dificultar sua eventual localização e consequente aplicação da lei penal”, informou a PF, no relatório. “A semelhança de outros investigados, que adotaram estratégia de sair do país após não conseguirem êxito na tentativa de subversão do regime democrático, o investigado adotou diversos recursos para ludibriar possíveis investigações quanto ao seu paradeiro.”

Ao prender Martins, em fevereiro deste ano, contudo, a PF afirmou que o ex-assessor viajou a Orlando, na Flórida, no fim de dezembro de 2022, em uma comitiva com o então presidente Jair Bolsonaro. Ao longo dos meses, Oeste tem revelado provas de que Martins não saiu do Brasil no período dito inicialmente pela PF. Entre as evidências, estão bilhetes de passagens aéreas, comprovantes da Uber e até um documento do governo dos Estados Unidos. Martins ficou preso durante seis meses.

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Fonte:
Paulo Figueiredo

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