27/11 – Dia Nacional de Combate ao Câncer e Dia Nacional de Luta contra o Câncer de Mama

 

O Dia Nacional de Combate ao Câncer, comemorado em 27 de novembro, todos os anos, foi instituído em 1988 pela Portaria MS/GM nº 707, publicada no Diário Oficial da União de 09/12/1988 (não disponível em texto completo).

Conforme a legislação, a data foi criada “com a finalidade de evocar o importante significado histórico das entidades de combate ao câncer, e de consagração aos inumeráveis e valiosos serviços prestados ao país e proporcionar importante mobilização popular quanto aos aspectos educativos e sociais na luta contra o câncer.

 

Um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células que invadem tecidos e órgãos, é o que se chama de câncer.

Estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis e, a partir da sua multiplicação desordenada, determinam a formação de tumores, que podem espalhar-se para outras regiões do corpo.

A doença surge a partir de uma mutação genética, ou seja, de uma alteração no DNA da célula, que passa a receber instruções erradas para as suas atividades. As alterações podem ocorrer em genes especiais, denominados proto-oncogenes, que a princípio são inativos em células normais. Quando ativados, os proto-oncogenes tornam-se oncogenes, responsáveis por transformar as células normais em células cancerígenas.

Os diferentes tipos de câncer correspondem aos vários tipos de células do corpo. Quando começam em tecidos epiteliais, como pele ou mucosas, são denominados carcinomas. Se o ponto de partida são os tecidos conjuntivos, como osso, músculo ou cartilagem, são chamados sarcomas.

O câncer pode surgir em qualquer parte do corpo. Entretanto, alguns órgãos são mais afetados do que outros; e cada órgão, por sua vez, pode ser acometido por tipos diferenciados de tumor, mais ou menos agressivos. Entre eles está o pulmão, o mais comum entre os tumores malignos, apresentando aumento de 2% ao ano na sua incidência mundial. Em 90% dos casos diagnosticados, o câncer de pulmão está associado ao consumo de derivados de tabaco.

Outras características que diferenciam os diversos tipos de câncer entre si são a velocidade de multiplicação das células e a capacidade de invadir tecidos e órgãos, vizinhos ou distantes, conhecida como metástase.

De modo geral, comportamentos preventivos para a maioria dos tipos de câncer, incluem:

– Praticar atividade física;
– Alimentar-se de forma saudável evitando alimentos ultraprocessados;
– Manter o peso corporal adequado;
– Evitar o consumo de bebidas alcoólicas;
– Não fumar e evitar o tabagismo passivo;
– Vacinar-se de acordo com o que preconiza o Calendário Nacional de Vacinação;
– Evitar a exposição ao sol entre 10h e 16h, e usar sempre proteção adequada, como chapéu, barraca e protetor solar, inclusive nos lábios;
– Evitar a exposição a agentes cancerígenos no trabalho, sempre que possível;
– Realizar exames preventivos de acordo com a idade, o sexo e a presença de fatores de risco.

 

Na data de 27/11 comemora-se, ainda, no Brasil, o Dia Nacional de Luta contra o Câncer de Mama, instituído pela Lei nº 12.116/2009 com o objetivo conscientizar a população sobre a doença, seu tratamento e, principalmente, sobre a sua prevenção.

 

Câncer de mama é o que ocorre pela multiplicação desordenada de células da mama, formando um tumor. Há vários tipos e, por isso, a doença pode evoluir de diferentes formas. Alguns têm desenvolvimento rápido, enquanto outros crescem mais lentamente. Esses comportamentos distintos se devem a características próprias de cada tumor.

O câncer de mama também pode acometer homens, porém é raro, representando apenas 1% do total de casos da doença.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a estimativa de novos casos em 2022 foi de: 73.610 e o número de mortes: 18.361, sendo 220 homens e 18.139 mulheres (2021 – Atlas de Mortalidade por Câncer – SIM).

 

Causas:

O câncer de mama não tem causa única. A idade é um dos mais importantes fatores de risco para a doença (cerca de quatro, em cada cinco casos ocorrem após os 50 anos). O caráter genético/hereditário corresponde de 5% a 10% do total de casos da doença.

Outros fatores que aumentam o risco são:

Fatores ambientais e comportamentais:

– Obesidade e sobrepeso após a menopausa;
– Sedentarismo, inatividade física;
– Consumo de bebida alcoólica;
– Exposição frequente a radiações ionizantes (Raio-X).

Fatores relacionados à história reprodutiva e hormonal:

– Primeira menstruação antes de 12 anos;
– Não ter tido filhos;
– Primeira gravidez após os 30 anos;
– Menopausa após os 55 anos;
– Uso de contraceptivos hormonais (estrogênio-progesterona);
– Ter feito reposição hormonal pós-menopausa, principalmente por mais de cinco anos.

Fatores genéticos e hereditários*:

– História familiar de câncer de ovário;
– Casos de câncer de mama na família, principalmente antes dos 50 anos;
– História familiar de câncer de mama em homens;
– Alteração genética, especialmente nos genes BRCA1 e BRCA2.

*Mulheres que apresentam um ou mais desses fatores genéticos/hereditários são consideradas com risco elevado para desenvolver câncer de mama, porém, isso não significa que, necessariamente, terão a doença.

Ressalta-se, ainda, que não ter amamentado não é fator de risco para câncer de mama, porém, amamentar o máximo de tempo possível é um fator de proteção para o câncer, ou seja, não amamentar promove a perda de um fator de proteção, mas não é fator de risco.

Exposição a determinadas substâncias e ambientes, como agrotóxicos, benzeno, campos eletromagnéticos de baixa frequência, campos magnéticos, compostos orgânicos voláteis (componentes químicos presentes em diversos tipos de materiais sintéticos ou naturais, caracterizados por sua alta pressão de vapor sob condições normais, fazendo com que se transformem em gás ao entrar em contato com a atmosfera), hormônios e dioxinas (poluentes orgânicos persistentes altamente tóxicos ao ambiente) – normalmente subprodutos de processos industriais e de combustão -, está associada ao desenvolvimento da doença.

Cabeleireiros, operadores de rádio e telefone, enfermeiros e auxiliares de enfermagem, comissários de bordo, trabalhadores noturnos, são profissionais que apresentam risco aumentado de desenvolvimento de câncer de mama enquanto as atividades econômicas mais relacionadas a esse tipo de câncer são as da indústria da borracha e plástico, química e refino de petróleo.

 

Sinais e sintomas:

O câncer de mama pode ser percebido em fases iniciais, na maioria dos casos, por meio dos seguintes sinais e sintomas:

– Nódulo (caroço), fixo e geralmente indolor: é a principal manifestação da doença, estando presente em cerca de 90% dos casos quando o câncer é percebido pela própria mulher;
– Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja;
– Alterações no mamilo;
– Pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço;
– Saída espontânea de líquido anormal pelos mamilos.

 

Diagnóstico:

Sinais e sintomas devem sempre ser investigados por um médico para que seja avaliado o risco de se tratar de câncer.

Mamografia, assim como exames periódicos de rastreamento para verificar lesões pequenas, imperceptíveis ao apalpar, são recomendados para mulheres a partir dos 50 anos.

É importante que as mulheres observem suas mamas sempre que se sentirem confortáveis para tal (seja no banho, no momento da troca de roupa ou em outra situação do cotidiano), sem técnica específica, valorizando a descoberta casual de pequenas alterações mamárias.

Nos casos em que as alterações percebidas pela própria mulher não desaparecem, é necessário procurar logo os serviços de saúde para avaliação diagnóstica. A postura atenta das mulheres em relação à saúde das mamas é fundamental para a detecção precoce do câncer da mama.

A confirmação do diagnóstico só é feita por meio da biópsia, técnica que consiste na retirada de um fragmento do nódulo ou da lesão suspeita por meio de punção (extração por agulha) ou de uma pequena cirurgia. O material retirado é analisado pelo patologista para a definição do diagnóstico.

 

Tratamento:

Muitos avanços vêm ocorrendo no tratamento do câncer de mama nas últimas décadas. Há hoje mais conhecimento sobre as variadas formas de apresentação da doença e diversas terapêuticas estão disponíveis.

A depender da fase em que a doença se encontra (estadiamento) e do tipo de tumor, o tratamento pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica (terapia alvo).

Quando a doença é diagnosticada e tratada no início, maior o potencial curativo. No caso de a doença já apresentar metástases, o tratamento busca prolongar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida.

 

Prevenção:

Cerca de 17% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis, como:

– Praticar atividade física;
– Alimentar-se de forma saudável;
– Manter o peso corporal adequado;
– Evitar o consumo de bebidas alcoólicas;
– Não fumar e evitar o tabagismo passivo;
– Amamentar;
– Evitar o uso de hormônios sintéticos, como anticoncepcionais e terapias de reposição hormonal.

 

Para maiores informações, é possível consultar o Guia de Atividade Física para a população brasileira e as Recomendações para Prevenção e Controle de Câncer por meio da Atividade Física.

 

Fontes:

Governo do Estado de São Paulo
Instituto Nacional de Câncer (INCA)
Sociedade Mineira de Pneumologia e Cirurgia Torácica

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