Janja se passou por advogada na primeira visita a Lula na prisão, revela Uol

No dia 30 de julho de 2018, Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP) recebeu a visita de Rosângela Silva, também conhecida como Janja, na cela da Polícia Federal. Ela se apresentou como advogada na ocasião. Tais detalhes foram divulgados pelo portal UOL, que produziu uma série de podcast sobre a primeira-dama.

Lula, que estava sem ver a sua namorada por 114 dias, fez uma piada ao encontrá-la, afirmando que agora contava com uma “nova advogada”. Lula vinha buscando maneiras de viabilizar a visita de Janja desde sua prisão, lutando contra as limitações estabelecidas pela Lei de Execução Penal.

O regulamento estipulava visitas de esposos, familiares e amigos em dias determinados, porém o relacionamento deles ainda não era conhecido publicamente, complicando a admissão dela nas categorias autorizadas.

Lula tinha visitas diárias de seus advogados durante a prisão e, às quintas-feiras, de parentes e amigos.

Janja poderia atrair a atenção da mídia com sua presença, algo que Lula gostaria de evitar. Foi apenas no dia 20 de dezembro de 2018, após negociações, que ela recebeu permissão para visitas regulares.

Janja levava comida e roupas limpas para Lula

Com o consentimento recebido, Janja começou a fazer visitas semanais a Lula, fornecendo refeições especiais e roupas limpas. Tais refeições eram feitas na residência do vereador Angelo Vanhoni (PT-PR), sob a supervisão de Janja. Entre os pratos servidos estavam a buchada e bolinhos de carne, que foram do agrado de Lula, diferentemente do bacalhau.

O local de lavagem das roupas de Lula incluía o apartamento de Wilson Ramos Filho, um advogado e um dos fundadores do PT no Paraná. Durante as visitas de Janja, Lula mantinha seu estilo casual, usando calções, camisetas esportivas ou conjuntos de moletom, variando de acordo com o clima.

Os advogados de Lula e Janja, Luiz Carlos da Rocha e Manoel Caetano, eram responsáveis pela troca das cartas entre eles. Lula guardava as cartas de Janja, que vinham em envelopes coloridos, com todo cuidado numa gaveta em sua cela.

Casal já estava junto antes da prisão

Janja, empregada em Itaipu, dispunha de pouco tempo para se envolver nas atividades de suporte ao ex-presidente. Ao ser libertado, Lula introduziu Janja como sua parceira amorosa, apesar de o vínculo já ter sido estabelecido antes de sua detenção.

No mês de maio de 2019, Luiz Carlos Bresser-Pereira, ex-ministro, divulgou em uma plataforma de mídia social que Lula estava “apaixonado” e tinha a intenção de casar com Janja. Bresser-Pereira fez essa divulgação após uma visita onde ouviu Lula discutir sobre o seu relacionamento.

Um agente da Polícia Federal ficava na porta da cela durante as visitas de Janja na prisão, para assegurar que as interações não se tornassem íntimas.

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