Justiça britânica adia extradição de Julian Assange aos Estados Unidos

O Tribunal Superior de Justiça de Londres considerou parcialmente, nesta terça-feira (26/3), recurso do australiano Julian Assange, fundador do WikiLeaks, que conseguiu adiar a extradição aos Estados Unidos (EUA).

Caso voltasse aos EUA, Assange poderia ser condenado a 175 anos de prisão por espionagem. No entanto, a Corte britânica adiou essa eventual extradição e concordou que o recurso apresentado pela defesa é válido.

“O senhor Assange não será extraditado imediatamente”, diz trecho da decisão publicada nesta terça. Além disso, o Tribunal Superior de Justiça de Londres deu três semanas para que Washington dê “garantias satisfatórias” e mais informações sobre o caso.


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Se o recurso tivesse sido negado, ele poderia ter sido extraditado da Inglaterra nos próximos dias para enfrentar todas as 18 acusações de espionagem em solo norte-americano. Por meio do WikiLeaks, Assange divulgou, de 2010 a 2011, 250 mil mensagens diplomáticas e mais de 500 mil documentos confidenciais, muitos ligados às guerras do Afeganistão e do Iraque.

O advogado de Assange, Edward Fitzgerald, argumentou que o cliente está sendo processado por “realizar uma prática jornalística comum, de obter e publicar informações confidenciais, informações verdadeiras e de interesse público evidente e importante”.

Por outro lado, a advogada que representa Washington no caso, Clair Dobbin, disse que o fundador do WikiLeaks publicou nomes de pessoas que “atuaram como fontes de informação para os Estados Unidos”.

A prisão de Julian Assange

Desde 2019, Assange está preso na prisão de alta segurança de Belmarsh, em Londres, na Inglaterra. Segundo pessoas próximas, o australiano não compareceu ao julgamento devido ao seu estado de saúde frágil.

Antes do julgamento, Stella Assange, esposa do jornalista, afirmou: “A saúde dele está piorando, física e mentalmente. A vida dele corre perigo a cada dia que permanece na prisão e, se for extraditado, ele vai morrer”.

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Por Metrópoles

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