A um dia da cúpula do G20, Lula discute taxação de super-ricos, atuação da Enel e outros temas com líderes de 9 países


Lula falou sobre taxação de 2% dos mais ricos do planeta com líder da África do Sul e sobre a melhoria de serviços da empresa de energia italiana Enel com a primeira-ministra da Itália. Lula e o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa; taxação de grandes fortunas foi um dos temas abordados na bilateral, segundo o Planalto
Ricardo Stuckert/Presidência da República
A um dia cúpula de líderes do G20, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reúne neste domingo (17) no Rio de Janeiro com nove presidentes ou primeiros-ministros. Os encontros são realizados no Forte Copacabana e ocorrem na véspera do início da Cúpula do G20
Lula já se reuniu com o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, com a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, e o primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim. Entre os temas discutidos por Lula com os demais líderes estão a taxação de super-ricos, atuação da Enel e outros temas com líderes de 9 países (veja mais detalhes abaixo).
Essas chamadas reuniões bilaterais são praxe na agenda de Lula em eventos internacionais desse porte. O Brasil comanda o G20 em 2024, e o presidente chegou ao Rio de Janeiro na última quinta-feira (14).
A cúpula de líderes é o principal evento relacionado ao grupo, que reúne as principais economias do mundo, além da União Europeia e a União Africana, mas vários eventos estão ocorrendo na cidade simultaneamente, como o G20 Social e o Urban 20 (leia detalhes mais abaixo).
Veja o que Lula conversou com líderes, segundo o Palácio do Planalto:
Giorgia Meloni (primeira-ministra da Itália):
Os dois líderes conversaram sobre a Enel, empresa de capital misto com participação do governo italiano, e a necessidade de melhoria do serviço prestado, em especial em São Paulo;
Lula explicou as prioridades da presidência brasileira no G20 e convidou Meloni para nova visita ao Brasil, promovendo um encontro empresarial entre os dois países;
Meloni lembrou que são 800 mil cidadãos italianos e 30 milhões de descendentes no Brasil e essa sua primeira viagem não esgota a necessidade de uma nova visita ao Brasil; e
Meloni lembrou que as empresas italianas tem planos de investir no Brasil 40 bilhões de euros, e falou sobre atualização dos acordos de parceria e cooperação econômica entre os dois países.
Cyril Ramaphosa (presidente da África do Sul):
Lula e Ramaphosa conversaram sobre a proposta de taxação de 2% dos 3 mil indíviduos mais ricos do planeta, que detém um patrimônio de 15 trilhões de dólares.
A África do Sul assumirá a presidência do G20 após o Brasil. Lula relatou a reunião e o trabalho do G20 Social e pediu que a África do Sul continue com a iniciativa da presidência brasileira;
Lula e Ramaphosa conversaram sobre a retomada das reuniões do IBAS, grupo que reúne Brasil, Índia e África do Sul, três países emergentesde diferentes continentes;
Os dois líderes falaram também sobre a presidência brasileira do BRICS em 2025, cuja cúpula será realizada no Brasil;
O presidente sul-africano garantiu que dará continuidade ao trabalho do Brasil no G20. Lula se colocou à disposição da África do Sul para transferir a experiência brasileira na presidência do G20; e
Os presidentes também discutiram o financiamento da preservação ambiental discutido nos fóruns ambientais.
Anwar Ibrahim (primeiro-ministro da Malásia):
Lula e Ibrahim conversaram sobre a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, que o Brasil lançará amanhã no G20;
Os dois líderes também falaram sobre a importância da Malásia na área de semicondutores e de avançar na cooperação entre os dois países nessa área;
O presidente Lula convidou Ibrahim para uma visita de Estado ao Brasil, com um encontro entre empresários dos dois países;
Os dois líderes também falaram de apoio da Malásia à posição brasileira de reforma na governança global;
Lula e Ibrahim conversaram sobre compartilhamento e troca de experiências públicas sobre o combate à fome entre os dois países para eles aprenderem sobre a experiência de cada um;
O bom momento da economia malaia e a presença no Brasil de empresas da Malásia também foi tema e os líderes discutiram a ampliação das relações em comércio e pesquisa agrícola.
Os eixos centrais de discussão definidos pelo Brasil, discutidos ao longo do ano e que serão tratados nas sessões desta segunda (18) e desta terça (19) são:
Inclusão social e combate à fome e à pobreza
Transição energética e desenvolvimento sustentável
Reforma da governança global
De acordo com a agenda oficial, Lula ainda tem as seguintes reuniões ao longo deste domingo:
Pham Minh Chinh, presidente do Vietnã;
João Manuel Gonçalves Lourenço, presidente de Angola;
Recep Tayyip Erdoğan, presidente da Turquia;
Abdel Fattah El-Sisi, presidente do Egito;
Emmanuel Macron, presidente da França;
Luis Arce, presidente da Bolívia.
Além desses presidentes e primeiros-ministros, a agenda de Lula também prevê encontros neste domingo com:
Khaled bin Mohamed bin Zayed Al Nahyan, príncipe herdeiro de Abu Dhabi;
Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia.
Neste sábado, Lula se reuniu, por exemplo, com o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, com a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, e com o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn.
A expectativa é que, durante a cúpula do G20 no Rio, Lula também se encontre com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que deixará o mandato em janeiro de 2025, quando entregará o comando da Casa Branca para Donald Trump, que derrotou Kamala Harris na corrida presidencial.
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Urban 20
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A agenda oficial do presidente informa que, também neste domingo, Lula participará no Rio de Janeiro da sessão de abertura do Urban 20.
De acordo com o G20, o Urban 20 foi lançado em dezembro de 2017, em Paris (França). A iniciativa foi convocada por uma rede global de prefeitos das principais cidades do mundo que discutem ações para enfrentar a crise climática.
“A proposta é facilitar um envolvimento duradouro entre o G20 e as cidades, aumentar o perfil das questões urbanas na agenda de cooperação internacional e estabelecer um fórum para as cidades desenvolverem uma mensagem coletiva para informar sobre as negociações do G20”, informou o grupo.
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