Teologia da Libertação

A Teologia da Libertação é uma abordagem teológica cristã que enfatiza a libertação dos oprimidos. Em certos contextos, envolve análises socioeconômicas, com “preocupação social com os pobres e a libertação política dos povos oprimidos”.

A teologia da libertação é mais conhecida no contexto da América Latina, especialmente dentro do catolicismo na década de 1960 após o Concílio Vaticano II, onde se tornou a práxis política de teólogos como Gustavo Gutiérrez, Leonardo Boff, e Jesuítas Juan Luis Segundo e Jon Sobrino, que popularizaram a frase “opção preferencial pelos pobres”. Esta expressão foi usada primeiramente pelo jesuíta Pe. General Pedro Arrupe em 1968 e logo após o Sínodo Mundial dos Bispos Católicos em 1971 escolheu como tema “Justiça no Mundo”.

O contexto latino-americano também produziu defensores protestantes da teologia da libertação, como Rubem Alves e José Míguez Bonino.

É considerada como um movimento supradenominacional, suprapartidário e inclusivista de teologia política, que engloba várias correntes de pensamento que interpretam os ensinamentos de Jesus Cristo em termos de uma libertação de injustas condições econômicas, políticas ou sociais. Ela foi descrita pelos seus proponentes como uma reinterpretação analítica e antropológica da fé cristã, em vista dos problemas sociais, mas seus oponentes a descrevem como um marxismo, relativismo e materialismo cristianizado.

A maior parte dos teólogos da libertação é favorável ao ecumenismo e à inculturação da fé. Embora o movimento tenha raízes anteriores, costuma-se dizer que seu marco inicial ocorreu em 1971, quando o padre peruano Gustavo Gutiérrez publicou um livro denominado A Teologia da libertação. O movimento nunca foi totalmente censurado pelo Vaticano, mas sofreu questionamentos quanto a algumas aproximações suas com o marxismo durante o pontificado de João Paulo II, que incumbiu o então prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, cardeal Joseph Ratzinger (futuro papa Bento XVI), de realizar tais advertências. Atualmente, durante o pontificado de Francisco, existe o entendimento de que a igreja demonstra uma posição reconciliadora, ainda que o pontífice já tenha refutado ligações com a teologia da libertação de Leonardo Boff e jamais tenha apoiado os postulados de Gustavo Gutiérrez. Outros expoentes são Frei Betto do Brasil, Jon Sobrino de El Salvador, Leonidas Proaño do Equador e Juan Luis Segundo do Uruguai.

A influência da teologia da libertação diminuiu após seus formuladores serem condenados pela Congregação para a Doutrina da Fé (CDF) em 1984 e 1986. A Santa Sé condenou os principais fundamentos da teologia da libertação, como a ênfase exclusiva no pecado institucionalizado, coletivo ou sistêmico, excluindo os pecados individuais, a eliminação da transcendência religiosa, a desvalorização do magistério, e o incentivo à luta de classes.  A teologia da libertação também sofreu um forte declínio, desde os anos 90, devido ao envelhecimento de suas lideranças e a falta de participação das novas gerações nesse movimento.

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