
Um jovem de 19 anos,
natural de Roraima, encontra-se hospitalizado no Hospital Nossa Senhora das
Dores após ter sido diagnosticado com malária, uma doença infecciosa, febril,
aguda e potencialmente grave. Este caso é considerado atípico na região, sendo
classificado como importado da região Amazônica.
Segundo o médico
plantonista, Dr. Weslei Paes Silva, o paciente deu entrada no hospital em 09 de
fevereiro com febre elevada (40.3°C), cefaleia frontal, fraqueza, tontura e
sudorese. Inicialmente, foram obtidos dados sobre a residência do jovem,
realizando também um exame físico. Devido aos numerosos casos de dengue na
região, inicialmente suspeitava-se que o paciente pudesse estar com essa
doença.
Durante os exames, foi
avaliada a presença de sinais de hemorragia, incluindo a realização da prova do
laço. Este teste consiste em desenhar um quadrado no antebraço do paciente,
apertando o braço até verificar a presença de pontinhos vermelhos dentro do
quadrado. Se o número for inferior a 10, a evolução para quadro hemorrágico é
improvável, enquanto próximo de 20 é considerado sinal de alerta.
O médico destaca que o que
chamou a atenção no caso foi a origem do paciente em Roraima, com histórico de
malária há alguns meses. A doença, causada pelo parasita Plasmodium e
geralmente transmitida por mosquitos Anopheles infectados, pode também ocorrer
por meio do compartilhamento de seringas, transfusão de sangue ou de mãe para
feto durante a gravidez.
Dr. Weslei ressalta que
99% dos casos de malária são registrados na região da Amazônia, e a procedência
do paciente levantou o alerta da equipe médica. Foram solicitados exames
laboratoriais para descartar outras doenças, já que os resultados não apontavam
para características de dengue, inicialmente suspeitada. O paciente apresentou
exames anteriores indicando plaquetas baixas, persistindo em situação de alerta
nos novos exames, levando à decisão de internação e confirmação do diagnóstico
de malária, iniciando o tratamento.
Dr. Carlos Messias Silva,
que também acompanha o caso, destaca que o diagnóstico precoce contribuiu para
o tratamento bem-sucedido. Durante o tratamento, o paciente não apresentou
novas complicações, e sua alta médica está prevista para esta segunda-feira (12),
sujeita a avaliação através de um novo hemograma para verificar a correção da
anemia e a estabilização ou melhora da plaquetopenia.
“Se houver alguma piora
nos níveis séricos, reavaliaremos a necessidade de uma permanência prolongada
ou até mesmo transfusão de componentes com déficit mais acentuado”, destacou o
médico.